
As ações da Hapvida (HAPV3) enfrentam um período de fortes oscilações e deixam investidores em dúvidas sobre a capacidade da empresa de equilibrar crescimento e rentabilidade, segundo estudo do JPMorgan. O banco lembra que os papéis chegaram a subir 9% acima do Ibovespa depois dos resultados do segundo trimestre deste ano (2T25), mas acabaram recuando cerca de 30%, voltando a preços próximos das mínimas históricas. Por volta das 12h30 desta terça-feira (11), os papéis da operadora de saúde operam em leve alta de 0,32%, a R$ 31,46.
Segundo os analistas, essa instabilidade está ligada às incertezas sobre o avanço das margens e da sinistralidade médica (MLR, na sigla em inglês), enquanto a companhia segue investindo na própria rede e adotando um tom mais cauteloso sobre lucros.
Um dos principais pontos levantados pelo banco é a concorrência da Amil, que tem praticado preços mais baixos em São Paulo, mercado que representa cerca de 40% dos beneficiários da Hapvida.
Essa estratégia, dizem os analistas, pressiona a entrada de novos clientes e reduz o espaço para reajustes, o que dificulta melhorar a sinistralidade. Mesmo com a inauguração de hospitais e o controle de custos, o JPMorgan acredita que os números do terceiro trimestre deste ano (3T25) devem seguir o padrão dos trimestres anteriores, com uma leve piora de 0,6 ponto percentual no índice de sinistralidade.
O banco também cortou suas projeções de lucro por ação em 16% para este ano e em 13% para 2026, ficando cerca de 4% abaixo das estimativas do mercado. O novo preço-alvo passou de R$ 59 para R$ 52 por ação até dezembro de 2026, o que ainda representa um potencial de valorização de cerca de 60% sobre o valor atual de R$31,23.
Mesmo assim, os analistas notam que parte dos investidores continua frustrada com a postura mais conservadora da empresa e com as revisões negativas, ainda que os últimos resultados tenham vindo melhores do que o esperado.
Foco dos investidores
Para o JPMorgan, a história de recuperação da Hapvida está mais ligada à eficiência nas despesas administrativas (SG&A, na sigla em inglês) do que a grandes avanços na sinistralidade. O banco acredita que a empresa deve conseguir equilibrar crescimento e rentabilidade, mas que o mercado segue sensível a qualquer surpresa negativa nos resultados. Com o preço das ações já perto das mínimas, o espaço para novas decepções é pequeno.
Os estrategistas apontam que o foco dos investidores está no lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) e no número líquido de novos clientes. O consenso de mercado gira entre R$ 800 milhões e R$ 820 milhões em Ebitda para o terceiro trimestre, enquanto o JPMorgan projeta cerca de R$ 845 milhões. Um resultado em torno de R$ 750 milhões, porém, poderia levar a novas revisões e gerar mais pressão sobre as ações.
Mesmo com as incertezas, o banco mantém recomendação de compra (overweight) para a Hapvida, que segue como a maior operadora de planos de saúde do país, com cerca de 9 milhões de beneficiários e aproximadamente 17% de participação no mercado.
The post O que está por trás da montanha-russa da Hapvida (HAPV3) na Bolsa? appeared first on InfoMoney.
Fonte: Leia a matéria original
