
Nos últimos dias, observo um mercado marcado por ajustes técnicos após sequências expressivas de valorização nos principais índices globais. Enquanto o Ibovespa mantém a leitura estrutural de tendência de alta, o movimento atual é de correção após renovação histórica dos preços. Já nas bolsas americanas, tanto a Nasdaq quanto o S&P 500 perderam força depois de atingirem seus respectivos topos históricos, entrando em um processo de realização e teste de suportes importantes.
No campo das criptomoedas, o destaque negativo fica para o Bitcoin, que não apenas rompeu a lateralização como também perdeu o suporte psicológico dos US$ 100 mil, intensificando um fluxo vendedor que já pressiona o ativo. Para os próximos dias, a atenção permanece voltada para a dinâmica entre suporte e resistência nos gráficos, que podem determinar se veremos retomada do apetite ao risco — ou uma correção mais ampla nos mercados.
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Análise técnica do Ibovespa
No curto prazo, observo que o Ibovespa (IBOV) entrou em um movimento de correção depois de registrar a máxima histórica em 158.467 pontos. Pelo gráfico diário, ficou lateralizado logo após o topo e, na sequência, iniciou um movimento de baixa que rompeu a média de 9 períodos. Agora, o preço se aproxima da média de 21 períodos — e a perda dessa faixa pode abrir espaço para correções mais amplas. Neste momento, o índice negocia entre as médias curtas, o que reforça um cenário de neutralidade temporária.
Para retomar o fluxo de alta, o Ibovespa precisa superar 155.387 / 157.040 e, em seguida, romper a máxima histórica em 158.467 pontos, liberando espaço para os alvos em 158.710, 160.251, 161.761, 163.696 e 166.775 pontos.
Já para aprofundar a correção, o primeiro ponto crítico é o suporte em 153.570, cuja perda pode levar o índice a testar 152.387, 147.578, 144.880, 143.391 e 140.231 pontos. O IFR (14) marca 64,22 pontos, apontando zona neutra

Análise técnica do Dólar
O dólar futuro segue inserido em tendência de baixa desde o fim de 2024, renovando mínimas ao longo de 2025. No acumulado do ano, o ativo recua 12,69%. Na última sessão, porém, formou uma forte alta e voltou a negociar acima das médias móveis, o que pode sinalizar tentativa de recuperação — porém ainda sem reversão confirmada.
A mínima do ano está em 5.284,5 pontos, e um rompimento desse nível pode intensificar o fluxo vendedor. O IFR (14) está em 57,31, refletindo zona neutra.
Para retomar o movimento de baixa, o ativo precisa perder 5.360,5 / 5.308,5, mirando 5.284,5 / 5.251,5 / 5.208 e, mais abaixo, 5.127 / 5.087.
Para seguir com a alta, deve romper 5.443,5, mirando 5.560 / 5.573 e, acima, 5.669,5 / 5.783,5 pontos.

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Análise técnica da Nasdaq
A Nasdaq entrou em movimento corretivo após sequência de renovação de máximas e, principalmente, após romper o topo histórico em 26.182 pontos. Desde então, o índice perdeu as médias e segue pressionado. Apesar disso, registrou alta de +0,77% na última sessão, o que exige atenção para possível tentativa de reação.
Em novembro, o índice acumula queda de 6,26%, enquanto em 2025 ainda sustenta alta de 15,36%, negociando em 24.239 pontos.
Para retomar a tendência de alta, a Nasdaq precisa romper 24.521 / 25.222, voltando a mirar 25.750 e, posteriormente, o topo histórico em 26.182 pontos. Os alvos seguintes ficam em 26.475 / 26.735 pontos.
Para ampliar a correção, o ativo deve perder 24.021 / 23.698, liberando espaço para 23.278 / 22.959 e, mais abaixo, 22.675 / 22.222.

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Análise técnica do S&P 500
Assim como a Nasdaq, o S&P 500 também entrou em correção após renovar a máxima histórica em 6.920 pontos. Desde então, o índice voltou abaixo das médias e segue pressionado. Em novembro, acumula queda de 3,47%, enquanto no ano ainda sobe 12,26%, negociando em 6.602 pontos.
Para retomar o fluxo de alta, o S&P precisa superar 6.665 / 6.770 e, depois, 6.870, mirando novamente a máxima em 6.920. A superação dessa faixa projeta alvos em 6.945 e 7.050 pontos.
Para seguir com a correção, a perda de 6.521 / 6.416 pode pressionar o índice até 6.343 / 6.296 e, depois, para 6.200 / 6.147 pontos.

Análise do Bitcoin
No curto prazo, o Bitcoin apresenta o cenário mais delicado entre os ativos analisados. O preço rompeu o suporte da lateralização, acelerou as quedas e, mais recentemente, perdeu o patamar psicológico dos US$ 100.000, intensificando a pressão vendedora. O ativo havia renovado a máxima histórica em US$ 126.199, mas desde então mergulhou num movimento forte de baixa.
Em novembro, acumula queda superior a 20%, e no ano já recua mais de 7%, revertendo completamente os ganhos anteriores.
Para retomar a alta, o Bitcoin precisa superar US$ 88.127 / US$ 93.160, mirando US$ 96.846 / US$ 99.692 e, mais adiante, US$ 106.011 / US$ 111.592.
Para continuar a queda, deve perder US$ 84.667 / US$ 80.734, o que abriria espaço para US$ 74.508 / US$ 68.775 e, em extensão, US$ 65.260 / US$ 58.946.

IFR (14) – Ibovespa
O IFR (Índice de Força Relativa), é um dos indicadores mais populares da análise técnica. Medido de 0 a 100, costuma-se usar o período de 14. Leitura abaixo ou próxima de 30 indica sobrevenda e possíveis oportunidades de compra, enquanto acima ou próxima de 70 sugere sobrecompra e chance de correção.
Além disso, o IFR permite a aplicação de técnicas como suportes, resistências, divergências e figuras gráficas. A partir disso, segue as cinco ações mais sobrecomprados e sobrevendidos do Ibovespa:

(Rodrigo Paz é analista técnico)
Guias de análise técnica:
- O que é uma linha de tendência na análise gráfica?
- O que são médias móveis e como usá-la para estratégia de Trade
- Bandas de Bollinger: como usar e interpretar?
Confira mais conteúdos sobre análise técnica no IM Trader. Diariamente, o InfoMoney publica o que esperar dos minicontratos de dólar e índice.
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