O
Ibovespa atingiu nova mínima nas negociações desta quinta-feira, 13, após
interromper a sequência de 15 altas consecutivas e 12 recordes de fechamento na sessão de quarta, 12. Por volta das 16h, o principal índice acionário da B3 caiu quase 0,70%, aos 156.509 pontos. Às 16h33, a Bolsa ainda recuava 0,46%, atingindo 156.899 pontos.
Entre os destaques negativos, estão os
papéis do Banco do Brasil que cedem após o balanço do 3° trimestre mostrar um
forte recuo nos lucros, e os de
Hapvida (HAPV3), com queda superior a 45% no pregão.
O mercado também repercute o fim da
paralisação mais longa da história do Estados Unidos. O
shutdown, que durou 43 dias, afetou a publicação de dados econômicos essenciais, como o índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) e o relatório mensal de empregos (payroll), que podem não ser liberados devido ao tempo perdido durante o fechamento.
A falta desses dados críticos deixou o
Federal Reserve (Fed), o banco central americano, em uma posição difícil, já que esses números são fundamentais para decisões sobre o futuro dos juros do país.
A expectativa dos agentes agora é que a divulgação seja retomada nos próximos dias, inclusive com os dados referentes ao mês de setembro.
"Isso pode trazer um pouco mais de volatilidade para o mercado como um todo e afastar um pouco da incerteza do Fed", afirmou Lucas Costa, head de análise técnica do BTG Pactual (do mesmo grupo controlador da EXAME) durante o programa Morning Call do banco.
"O Jerome Powell [presidente do BC dos EUA] tem dito que fica difícil um tomada de decisão mais criteriosa [sem essas informações]. Com os dados voltando, é provável que tenhamos essa redução de incerteza sobre um eventual corte de juros em dezembro", disse o especialista.
As falas dos dirigentes do Fed como Susan Collins, Raphael Bostic e Beth Hammack, defendendo a manutenção das taxas de juros no nível atual, levaram parte do mercado a esfriar a previsão de um novo corte nos juros dos EUA na reunião de dezembro.
A plataforma CME Group mostra que a probabilidade de as taxas seguirem entre 3,75% e 4% está em 50,4%, enquanto a possibilidade de um corte no próximo mês está em 49,6%.
Varejo e juros no Brasil no radar
Já no cenário doméstico, o destaque
é divulgação mensal de vendas no varejo ao longo do mês de setembro. O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostrou que houve um recuo de 0,3% na comparação com agosto, abaixo da expectativa de analistas, que esperavam alta. Na comparação anual, o varejo cresceu 0,8%.
O dado reforça a percepção de desaceleração da atividade e alimenta apostas de que o Banco Central possa antecipar o início do
ciclo de cortes de juros.
"Percebemos que o arrefecimento da economia já ocorre em bases amplas e indica boa possibilidade do Banco Central iniciar um ciclo de cortes na Selic a partir do início do ano que vem", afirmou André Valério, economista sênior do Inter.
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