YouTube se isola como líder de engajamento para influenciadores de finanças

Quem quer consumir conteúdo produzido pelos influenciadores brasileiros de finanças, os finfluencers, geralmente vai para o YouTube. A rede tem um engajamento médio quase quatro vezes maior do que as outras plataformas analisadas — Instagram, X e Facebook. São 11,6 mil interações a cada vídeo publicado por um influenciador. 

Os dados são do primeiro semestre de 2025 e compõem a prévia do Finfluence 9, levantamento que será lançado pela Anbima (Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais) nas próximas semanas. 

“O resultado me surpreendeu muito”, diz Amanda Brum, CMO da Anbima. “O YouTube despontou neste primeiro semestre e posso dizer, com segurança, que se firmou como a rede social de quem quer buscar informações na hora de investir”.

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A executiva lembra que a plataforma do Google permite conteúdos mais longos, com tempo para aprofundar nos assuntos em que os influenciadores são especialistas, enquanto Instagram e outras redes são classificados como “topo de funil”, com informações mais superficiais. 

O engajamento médio em todas as outras plataformas caiu, o que levou a média geral a um número 8,3% do que o apurado no segundo semestre de 2024. 

Para Brum, os temas abordados nos primeiros meses do ano – muito ligados à política, com tarifaço e política local – explicam o engajamento menor. “Historicamente, esse tipo de assunto não engaja, as pessoas consomem, mas são temas muito factuais e também muito explorados pela imprensa. 

A explicação para o aumento do engajamento no YouTube também estaria nesse fator: com o foco em política nas redes de vídeos curtos, a plataforma que tem análises aprofundadas e conteúdos ensinando, na prática, a investir, fez ainda mais sucesso. 

Para o semestre atual, as perspectivas são positivas, diz a CMO da Anbima. Afinal, com a Bolsa renovando máximas e a renda fixa ainda oferecendo muitas oportunidades, há diversos temas positivos a serem explorados pelos finfluencers. 

O relatório também mostrou que o final de semana é o momento para estudar os temas relacionados às finanças: o engajamento no sábado e no domingo é significativamente maior do que a quantidade de publicações em todas as plataformas analisadas. O dado sugere que o público consome mais conteúdo sobre finanças nos finais de semana, apesar de a produção se concentrar nos dias úteis. 

Com exceção de sexta-feira (+4,4%) e sábado (+5%), o engajamento teve queda em todos os outros dias da semana. A maior queda na média de interações foi registrada na segunda-feira, diminuindo 19,3%, assim como a terça-feira também sofreu uma queda considerável de 15%.

Finfluencers “vieram para ficar”

Além disso, o mercado de influenciadores de finanças segue crescendo, o que reforça a expectativa por números cada vez melhores. Na primeira prévia do Finfluence 9, a Anbima mostrou que houve crescimento de 8,4% no número de influenciadores ativos na primeira metade de 2025. No total, são 803 influencers de finanças atuando nas redes em 1.750 perfis monitorados. 

A audiência cresceu ainda mais: eles atingiram 287,8 milhões de seguidores, alta de 9,2% no primeiro semestre na comparação com a segunda metade de 2024, segundo o levantamento. 

Mesmo com os grandes canais se consolidando e conquistando cada vez mais audiência, ainda há espaço para novos influenciadores se destacarem, segundo Amanda Brum. “Há algum tempo, em uma das pesquisas, o número de influenciadores estabilizou e eu dizia que já estava muito bom, com cerca de 500 perfis, mas nos últimos estudos, o número não parou de crescer; existe margem para crescimento”. 

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Seguindo uma demanda do mercado por transparência na divulgação de informações e responsabilidade dos influenciadores, o próximo ranking de finfluencers da Anbima vai mostrar quais produtores de conteúdo têm alguma certificação para atuar no mercado financeiro. 

“Se o influenciador está analisando as ações de uma empresa, está fazendo um trabalho de analista, mas online, então precisa de uma certificação de analista, um CNPI. Agora, o consumidor pode consultar se o influenciador que segue tem capacitação para dizer o que está dizendo”. 

Essas medidas são tomadas porque “os influenciadores vieram para ficar e são agentes importantes na cadeia de distribuição de investimentos”, segundo Brum. “Eles ditam tendência em relação a onde as pessoas vão investir e para quais produtos elas precisa olhar; nós, como representantes do mercado, achamos isso super positivo”, conclui. 

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