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Ibovespa tem segunda maior queda do ano com ata do Copom e eleições
Postado em 16.12.25
O Ibovespa recuou 2,42% no pregão desta terça-feira, 16, registrando o segundo pior dia do ano, atrás somente do pregão do dia 5 de dezembro, quando a principal referência acionária da B3 despencou 4,31% com confirmação da pré-candidatura do senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) à Presidência, em 2026.
O índice encerrou a sessão aos 158.557 pontos, com os investidores repercutindo o tom conservador da Ata do Comitê de Política Monetária (Copom) divulgada pela manhã, antes da abertura do mercado, além da pesquisa Quaest sobre o cenário eleitoral do próximo ano.
Em relatório, o Itaú BBA apontou que o documento dos diretores do Banco Central diminui a probabilidade do início do ciclo de afrouxamento monetário em janeiro e por isso o forte recuo do Ibovespa. O mercado esperava um viés um pouco mais dovish, isto é, sinalizando um início do corte de juros já para o início do ano, o que não se confirmou.
"O comitê observa sinais mistos da atividade econômica, como geralmente ocorre em pontos de inflexão, e um mercado de trabalho resiliente, o que exigirá mais tempo para avaliar adequadamente os componentes cíclicos versus estruturais. Também enfatiza que expectativas desancoradas aumentam o custo da desinflação em termos de atividade econômica", afirmou o banco.
Esse choque de expectativas acabou pesando de forma significativa sobre os ativos após o índice ensaiar uma recuperação, como ressalta Leonardo Santana, especialista em investimentos e sócio da casa de análise Top Gain.
Na sessão passada, o Ibovespa chegou a subir mais de 1%, voltando ao patamar de 162 mil, hoje novamente perdido.
"Isso explica o estresse observado no mercado hoje, em um movimento de correção após uma sequência de altas recentes. Parte do ajuste é técnico, mas o pano de fundo é claramente macroeconômico, com frustração em relação à política monetária", disse Santana.