Investidor local deve puxar alta da bolsa brasileira em 2026, prevê Citi

Os investidores locais do Brasil, pouco posicionados no mercado de ações, dada a elevada taxa de juros que mantém a renda fixa atrativa, deve ser a principal alavanca da bolsa em 2026 quando a Selic começar a cair. A conclusão é da equipe de análise do Citi, que prevê um ciclo de alívio monetário de 3 pontos percentuais no ano que vem. Por hora, a projeção do banco é a de que a taxa chegue em 2027 em 12%.
"Essa flexibilização deverá ser gatilho de uma reversão da da baixa exposição a ações por parte dos investidores locais, podendo gerar fluxos de entrada significativamente maiores do que os provenientes de estrangeiros em 2025", escreveu Andre Mazini, head de research do Citi.
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O analista recomenda ações sensíveis à redução de juros, destacando Cyrela, no setor imobiliário; CPFL, Neoenergia e Equatorial, no setor de utilities. Em bens de capital, o Citi prefere Weg e Marcopolo. No varejo, os papéis de Smartfit, Vivara, Mercado Livre e GPA.

Reversão na alocação de fundos

Mazini observa que a alocação de investidores em 2025 responde por somente 6% do mercado, abaixo da média de 8,3%. "Uma reversão média na alocação de fundos de ações poderia gerar uma entrada substancial de R$ 238 bilhões, superando em muito a entrada estrangeira acumulada no ano [de 2025] de R$ 29 bilhões", afirma, no relatório.
O relevência do Brasil no índice de países emergentes MSCI atualmente está abaixo do peso do PIB brasileiro, o que sugere uma representatividade baixa do mercado brasileiro nesse benchmark. Por outro lado, o país também deve ser o emergente que mais deve cortar juros em 2025.

Eleição é principal risco

Para o Citi, o processo de desinflação no Brasil está se tornando mais evidente. Recentemente, o banco reduziu sua projeção de inflação para 2026, para 3,8%.
"As elevadas taxas de juros reais no Brasil, atualmente as mais altas entre os mercados líquidos de investimento, devem cair, impulsionando a alocação de fundos de ações. A desvalorização do real é um risco, mas nossa equipe de macroeconomia prevê apenas uma pequena desvalorização em 2026", diz o relatório.
Dentre os riscos mais importantes, na visão do Citi, está o processo eleitoral.
"Os planos de consolidação fiscal dos principais candidatos à presidência serão acompanhados de perto no próximo ano", afirma Mazini.
"Consideramos as eleições presidenciais de 2026 e o ​​cenário global como os dois riscos mais importantes que podem restringir o ciclo de cortes de juros no próximo ano, dada a conhecida fragilidade da situação fiscal brasileira."



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