RJ tem cesta básica mais cara do Brasil e SP registra queda de preço; veja produtos

A cidade do Rio de Janeiro teve a cesta básica mais cara do Brasil em novembro deste ano, custando em média R$ 995,76 para os cariocas — o que representa 65% do salário mínimo vigente, de R$ 1.518. O aumento de 1,37% em relação a outubro indica uma pressão sobre itens essenciais para a casa dos brasileiros.

Os dados são do levantamento Cesta de Consumo Básica, da Neogrid e FGV IBRE, divulgado com exclusividade ao InfoMoney. O estudo acompanha oito capitais do país e mostra que, em novembro, quatro cidades apresentaram alta na cesta básica, três tiveram queda e uma manteve-se praticamente estável, refletindo a volatilidade recente nos custos de alimentos essenciais.

Brasília (1,94%), Fortaleza (0,39%) e Salvador (0,83%) também registraram aumento no valor dos itens básicos para os consumidores. Cada uma custou em média aos residentes das capitais, respectivamente, R$ 802,21, R$ 817,74 e R$ 866,07.

a cidade de São Paulo apresentou recuo significativo de 1,72%, com a cesta passando de R$ 940,67 para R$ 924,53 em um mês, refletindo reduções importantes em itens essenciais como arroz e carne bovina. No acumulado semestral, a capital registra a maior queda entre as oito capitais (-4,32%).

Também em queda, Curitiba registrou a baixa mais expressiva do mês (-1,87%), com a cesta passando de R$ 788,22 para R$ 773,49, apesar de aumento no acumulado dos últimos seis meses. O mesmo acontece com Belo Horizonte, que recuou 0,24% em novembro com custo médio de R$ 695,47, mas alta semestral de 0,68%.

Por fim, Manaus apresentou leve retração de 0,08%, passando de R$ 847,45 para R$ 846,73, indicando certa estabilidade mensal. No entanto, no acumulado de seis meses, a capital lidera as altas (11,15%), com a cesta passando de R$ 761,81 em junho para R$ 846,73 em novembro.

Capital jun/25 (R$) jul/25 (R$) ago/25 (R$) set/25 (R$) out/25 (R$) nov/25 (R$) Variação out–nov (%) Variação 6 meses (%)
Rio de Janeiro 969,40 958,90 945,92 993,64 982,27 995,76 1,37% 2,72%
São Paulo 966,26 949,87 930,24 940,56 940,67 924,53 -1,72% -4,32%
Fortaleza 866,07 852,45 844,76 862,24 863,15 866,49 0,39% 0,05%
Manaus 761,81 749,47 726,76 844,93 847,45 846,73 -0,08% 11,15%
Salvador 853,90 858,67 846,22 835,98 828,33 835,19 0,83% -2,19%
Brasília 832,94 812,53 810,34 806,83 802,21 817,74 1,94% -1,82%
Curitiba 767,14 746,46 737,58 802,07 788,22 773,49 -1,87% 0,83%
Belo Horizonte 690,74 686,96 678,04 705,02 697,15 695,47 -0,24% 0,68%

Fonte: Neogrid/FGV IBRE

Produtos da cesta básica que mais influenciaram os preços

Dos 18 itens que compõem a cesta básica, os produtos processados e derivados de grãos foram os principais responsáveis pelos aumentos no acumulado semestral. A margarina se destacou, refletindo o encarecimento de insumos, energia e embalagens.

Além da margarina, itens como fubá, óleo de soja, café, carne bovina, carne suína, enlatados e conservas, molho de tomate e frutas foram os principais responsáveis pelas altas a depender da capital analisada.

O levantamento indica que capitais mais dependentes de produtos industrializados e cadeias logísticas complexas, como Manaus, permanecem mais expostas a elevações de custo, enquanto regiões do Sudeste, como São Paulo, absorvem melhor reduções em itens essenciais.

Capital Frutas Margarina Massas secas Óleo Suíno
Belo Horizonte2,13%-0,32%1,34%3,74%3,31%
Brasília-0,35%1,15%0,55%1,99%2,19%
Curitiba3,25%1,73%0,68%3,60%0,98%
Fortaleza0,11%0,00%0,14%0,89%7,63%
Manaus13,23%1,04%2,76%0,47%-4,27%
Rio de Janeiro-1,75%2,47%2,62%1,27%-2,76%
Salvador5,48%2,12%0,52%2,00%0,35%
São Paulo0,84%1,81%2,54%3,56%1,86%

Fonte: Neogrid/FGV IBRE

Itens que amenizaram o valor da cesta básica

Em novembro, itens de grande peso no consumo doméstico, como arroz, leite UHT, carne bovina e açúcar, registraram recuos significativos em várias capitais.

A queda mais expressiva foi do açúcar em Belo Horizonte, que caiu -4,48% no período analisado.

Em conjunto dos itens mais caros do mês, é possível concluir que a deflação nos itens essenciais foi decisiva para moderar o custo final da cesta em novembro.

Capital Açúcar Arroz Bovino Leite UHT Ovos
Belo Horizonte-4,48%-1,45%-3,67%-1,00%0,00%
Brasília-1,00%-2,01%0,09%-1,67%3,58%
Curitiba1,82%-0,37%-2,86%-2,03%-2,28%
Fortaleza-1,75%-2,44%-0,88%-0,52%0,06%
Manaus-0,26%-1,38%2,96%-0,10%0,87%
Rio de Janeiro-0,26%-1,35%-2,67%2,11%0,56%
Salvador-2,18%-3,63%2,53%-0,73%-0,83%
São Paulo-2,01%-2,26%-3,05%-1,53%0,28%

Fonte: Neogrid/FGV IBRE

Cesta básica ampliada seguiu em alta

A cesta de consumo ampliada, que reúne os 18 itens da cesta básica mais 15 produtos de higiene e limpeza, apresentou em novembro alta na maioria das capitais. O Rio de Janeiro se manteve como a cesta mais cara do país, custando R$ 2.273,86 — um aumento de quase 50% do salário mínimo.

Capital Preço Médio out/25 (R$) Preço Médio nov/25 (R$) Variação (%)
Rio de Janeiro2.190,412.273,863,81%
São Paulo2.049,352.058,140,43%
Brasília1.973,931.994,631,05%
Salvador1.905,201.930,791,34%
Fortaleza1.911,951.930,300,96%
Manaus1.870,151.866,88-0,17%
Belo Horizonte1.852,611.864,370,63%
Curitiba1.773,821.774,860,06%

Fonte: Neogrid/FGV IBRE

Mesmo com algum alívio em alimentos básicos, produtos industrializados e de higiene foram os principais responsáveis pelo aumento da Cesta Ampliada em novembro.

Desodorantes, salgadinhos e snacks lideraram as altas nos preços. Shampoo, molho de tomate e chocolate também apresentaram aumento no custo total da cesta em algumas cidades.

Capital Chocolate Desodorante Molho de tomate Shampoo Snacks e Salgadinhos
Belo Horizonte1,58%3,41%2,03%3,95%2,03%
Brasília1,29%0,27%1,60%0,69%0,27%
Curitiba0,97%1,61%1,94%0,78%2,46%
Fortaleza0,92%2,02%0,36%1,60%0,43%
Manaus1,85%2,91%0,30%0,71%4,14%
Rio de Janeiro1,80%0,99%2,49%0,93%0,62%
Salvador2,52%4,52%2,20%2,01%2,83%
São Paulo1,31%-0,35%0,80%-0,63%2,04%

Fonte: Neogrid/FGV IBRE

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