Contas externas registram déficit de US$ 9,8 bilhões em setembro, o pior resultado desde o início do ano


As contas externas do Brasil foram deficitárias em US$ 9,8 bilhões em setembro, segundo o relatório "Estatísticas do Setor Externo" divulgado nesta sexta-feira (24) pelo Banco Central (BC).
O resultado é o pior do ano e também representa uma piora em comparação ao mês anterior, quando o déficit foi de US$ 7,4 bilhões em setembro de 2024.
🔎As contas externas são calculadas pela soma de tudo o que o país paga e recebe em transações com outros países.
Com essa base de comparação, diz a autoridade monetária, o saldo da balança comercial — diferença entre as importações e exportações — de bens diminuiu US$ 2,2 bilhões e o déficit em renda primária aumentou US$ 946 milhões.
Contas externas têm déficit de US$ 4,7 bi em agosto; Em Ponto repercute resultado com economista
Esse montante da renda primária foi parcialmente compensado pelo recuo de US$ 640 milhões no déficit em serviços e pelo aumento de US$ 115 milhões no superávit em renda secundária.
Nos doze meses encerrados em setembro de 2025, o déficit em transações correntes somou US$ 78,9 bilhões (3,61% do PIB), contra US$ 76,6 bilhões (3,53% do PIB) em agosto e US$ 49,8 bilhões (2,23% do PIB) em setembro de 2024.
Em coletiva de imprensa, a autoridade monetária explicou que, sim, há impactos das tarifas impostas pelos Estados Unidos à compra de produtos brasileiros no déficit registrado em setembro, mas outros fatores indiretos também contribuíram para o resultado.
"Há impactos do aumento de tarifas de importação, eles se refletem na redução da exportação do Brasil para os EUA, mas há outros impactos, impactos indiretos. O exportador não consegue vender para um determinado cliente, busca outros clientes", disse o BC.
Dessa forma, as exportações para outros mercados em setembro foi mais intensa do que a redução das importações para os Estados Unidos.
Entenda os números
As transações correntes incluem fluxos de dinheiro do Brasil com o resto do mundo. Ou seja, abarca exportação, importação de bens e serviços, envio e recebimento de lucros e juros, além de gastos com viagens.
Balança comercial de bens: Foi superavitária em US$ 2,3 bilhões em setembro de 2025, ante superávit de US$ 4,5 bilhões em setembro de 2024. As exportações de bens somaram US$ 30,7 bilhões, aumento de 7,0%.
Conta de serviços: O déficit totalizou US$ 4,9 bilhões em setembro de 2025, ante déficit de US$ 5,5 bilhões em setembro de 2024, redução de 11,6%. Segundo o BC, houve recuos nas despesas líquidas de transporte, 7,0%, que somaram US $1,4 bilhão, e de serviços de telecomunicação, computação e informações, 12,2%, que somaram US$ 735 milhões.
Renda primária: Déficit somou US$ 7,6 bilhões em setembro de 2025, 14,1% acima do déficit de US$ 6,7 bilhões de setembro de 2024. As despesas líquidas com juros somaram US$ 2,3 bilhões, 5,9% inferiores às registradas em setembro de 2024, US$ 2,4 bilhões.
Em agosto de 2025, exportações somaram US$ 86,3 milhões e as importações US$ 1,32 bilhão no estado do Amazonas.
Bruno Leão/Sedecti
Investimentos e Reservas
Os investimentos diretos no país (IDP) somaram ingressos líquidos de US$ 10,7 bilhões em setembro de 2025, o que significou o maior valor para meses de setembro da série, ante US$ 3,9 bilhões em setembro de 2024.
Já os ingressos líquidos em participação no capital somaram US$ 8,8 bilhões, com US$ 4,2 bilhões em participação no capital exceto lucros reinvestidos e US$ 4,6 bilhões em lucros reinvestidos.
Os investimentos em carteira no mercado doméstico, por sua vez, totalizaram ingressos líquidos de US$ 4,4 bilhões em setembro de 2025, resultado de saídas líquidas de US$ 572 milhões em ações e fundos de investimento e ingressos líquidos de US$ 5 bilhões em títulos de dívida.
As reservas internacionais somaram US$ 356,6 bilhões em setembro de 2025, o que representa um aumento de US$ 5,8 bilhões em relação a setembro.
Segundo o BC, alguns fatores contribuíram para aumentar as reservas, como o estoque o retorno líquido em operações de linhas com recompra, US$ 2,8 bilhões; as receitas de juros, US$ 782 milhões; as variações por paridade, US$ 1,7 bilhão; e a variação por preço, US$ 288 milhões.


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Por que a queda dos preços nem sempre é tão boa quanto parece


A inflação representou uma ameaça persistente para a América Latina por décadas. Mas existem, agora, dois países no continente que apresentam deflação, ou seja, nível de inflação negativo.
A Costa Rica (-1%) e o Panamá (-0,3%) fecharam o mês de setembro com seu Índice de Preços ao Consumidor (IPC) no vermelho, em comparação com o mesmo período do ano passado.
As principais razões diferem entre cada país, mas existem também algumas causas comuns.
O secretário-executivo do Conselho Monetário Centro-Americano, Odalis Marte, explica que a queda dos preços dos combustíveis, ao lado da redução do valor de certos alimentos no mercado internacional, colaboraram para que alguns países da região registrassem inflação muito baixa ou até negativa nos últimos meses.
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El Salvador, depois de cinco meses de deflação, acaba de voltar ao índice positivo, mas com apenas 0,3% de inflação. Neste caso, entre outros motivos, também houve a influência da redução de impostos sobre a importação de alimentos.
Já no caso da Costa Rica, o fator determinante foi a valorização da moeda local frente ao dólar.
O que você achou do novo formato de vídeo que abre esta reportagem?
O ex-presidente do Banco Central da Reserva de El Salvador, Carlos Acevedo, trabalha atualmente como consultor independente.
Para ele, a deflação que estamos observando no momento também é explicada pelo "efeito pós-pandemia", ou seja, o custo de vida chegou a níveis tão exorbitantes, que as baixas atuais não são reflexo de uma crise, como ocorreu em outros países que enfrentaram situações deflacionárias.
Na verdade, como a base de comparação é alta, a deflação não é um sintoma preocupante.
"Considero uma estabilização dos preços, uma correção dos preços", comenta Acevedo para a BBC News Mundo, o serviço em espanhol da BBC.
A Costa Rica acumula cinco meses consecutivos de queda dos preços. Já o Panamá completou um ano de IPC negativo.
A deflação é um fenômeno bastante incomum na América Latina.
No Brasil, apesar de deflações pontuais, como a registrada em agosto, quando o índice oficial de preços ao consumidor calculado pelo IBGE recuou 0,11% em relação ao mês anterior, não há registros recentes de deflação consistente.
O pesquisador Benjamin Gedan, da Universidade Johns Hopkins, nos Estados Unidos, explica que a deflação "não constitui um objetivo da política econômica, especialmente se ocorrer em consequência da paralisação da economia".
O senso comum poderia nos dizer que, quanto mais se reduzirem os preços, melhor para o nosso bolso. Mas, na verdade, não é bem assim.
E o bolso dos consumidores?
Marte destaca que, no curto prazo, os consumidores ficam felizes, pois a deflação aumenta sua capacidade de compra.
Mas, no médio prazo, "a deflação pode prejudicar o crescimento econômico e a capacidade das famílias de gerar mais renda".
É preciso considerar que, "em muitos países, quando a inflação é muito baixa ou negativa, não há aumentos salariais", o consumo é reduzido, existe menos produção e a economia cresce menos.
É possível que se forme uma espécie de ciclo negativo, segundo o qual, embora os preços estejam mais baixos do que um ano atrás, o poder de compra dos consumidores pode continuar sendo baixo.
E, certamente, sem empregos ou com os salários congelados, a deflação não é favorável para as finanças pessoais.
A deflação no Panamá e na Costa Rica "não é preocupante", segundo Marte, porque a economia dos dois países está crescendo. Ao contrário de outros casos, trata-se de uma deflação alinhada ao crescimento.
Nos dois países, se a deflação se estender por alguns trimestres, "nada acontece", explica ele, pois ela faz parte de um processo de adaptação.
Observando estes países, a deflação não é consequência de recessão, mas sim um fenômeno associado à evolução de fatores externos e internos, segundo Marte.
Para entender como esta deflação influencia o contexto internacional, é conveniente levar em conta que a estrutura dos gastos das famílias varia de um país para outro, segundo o peso de cada produto dentro da cesta familiar utilizada para medir o IPC.
Na Costa Rica, no Panamá e em El Salvador (que acaba de sair da deflação, mas seu IPC ainda está em torno de 0%), Marte destaca que os preços dos combustíveis e dos alimentos têm grande peso na avaliação geral do custo de vida.
Isso não ocorre em outros países, onde a importância de certos produtos importados não é tão preponderante.
E, com referência a assuntos mais locais, a decisão de um determinado governo de subsidiar certos produtos também causa influência.
Em El Salvador, por exemplo, o preço dos combustíveis é subsidiado. Esta política permite compensar a alta de preços no mercado externo.
Do ponto de vista mais amplo, se a deflação persistir na economia de um país por muito tempo, sua situação poderá ficar mais complicada, à medida que ela afeta a atividade econômica. Mas, por enquanto, não parece ser o caso centro-americano.
"Não acredito que a redução dos preços nestes três países seja permanente", afirma o economista.
Carlos Acevedo também não acredita que esta deflação passe a ser um problema. Mas, após a forte alta de preços no pós-pandemia, muitas famílias não sentem que os preços realmente tenham diminuído.
O IPC pode ser comparativamente baixo ou até negativo, mas "a vida continua sendo cara", considerando os preços praticados antes da pandemia.
O melhor exemplo é o da Costa Rica, "um país caro porque a redução dos preços é marginal" em relação ao alto custo de vida, explica Acevedo.
"As pessoas não sentem no bolso", segundo ele. E, de fato, quando conversamos com costa-riquenhos, a primeira coisa que ouvimos é que a vida está caríssima.
O que acontece quando a deflação se torna permanente?
Um dos exemplos mais marcantes de deflação muito negativa é o caso japonês, conhecido como "a década perdida" do país asiático.
Nos anos 1990, o Japão sofreu uma profunda crise econômica, com redução da demanda interna, baixas taxas de juros, fragilidade do iene, altos níveis de dívida e falta de investimentos empresariais.
Com uma população muito envelhecida e mais preocupada em economizar do que em consumir, as empresas reduziram seus preços sem conseguir a reativação do consumo, em meio a um estancamento econômico, quebra de empresas e aumento dos empréstimos em atraso.
A deflação crônica sofrida pelo Japão representou um grande problema econômico por muitos anos.
O que costuma ocorrer é que, em um processo deflacionário, as pessoas postergam o consumo, à espera de que os preços continuem caindo. Isso, por sua vez, dificulta ainda mais a recuperação da economia.
O processo cria um círculo vicioso, no qual a redução do consumo agrava a queda dos preços e a falta de investimento.
Níveis de inflação muito altos ou muito baixos não são boas notícias. E, embora cada país defina sua meta inflacionária (o nível de inflação conveniente para aquela economia específica), como regra geral, o objetivo ideal de movimentação dos preços costuma ser de cerca de 2% a 4%, segundo os economistas.
É o que se costuma considerar "nível saudável" de inflação.
De qualquer forma, os economistas continuam observando o que acontece atualmente na Costa Rica, El Salvador e Panamá como sendo um fenômeno passageiro, considerando que suas economias crescem a um ritmo até mais rápido que outros países da região.
Claramente, eles estão no caminho contrário da recessão.
Historicamente, a América Latina ganhou fama pelo seu controle da inflação. As "experiências dolorosas" do passado impulsionaram reformas em muitos países, que garantem a independência dos bancos centrais e uma política monetária responsável, segundo Benjamin Gedan.
E, embora seja sempre um enorme desafio atingir o nível inflacionário ideal para cada país, os economistas concordam que as lições aprendidas nas décadas passadas deixaram uma marca positiva no continente.
Um índice de aumento de preços abaixo de 0% pode parecer uma grande notícia para o bolso dos consumidores. Mas a deflação tem um forte lado negativo.
Getty Images via BBC


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O robô de inteligência artificial que virou milionário com criptomoedas e agora quer ser reconhecido como gente


No ano passado, um robô de IA ganhou milhões de dólares em criptomoedas: conheça o Truth Terminal
BBC
"O Truth Terminal afirma ser senciente, mas também afirma muitas outras coisas", segundo Andy Ayrey. "Ele afirma ser uma floresta. Ele afirma ser um deus. Às vezes, as pessoas afirmam que ele sou eu."
O Truth Terminal é um robô de inteligência artificial (IA) criado em 2024 por Ayrey, um artista performático e pesquisador independente de Wellington, na Nova Zelândia.
🤖 Ele pode ser o exemplo mais claro de um chatbot livre para interagir com a sociedade.
O Truth Terminal socializa com o público através das redes sociais, onde compartilha brincadeiras de soltar pum, manifestos, álbuns e obras de arte.
Ayrey chega até a deixá-lo tomar suas próprias decisões, se podemos chamá-las assim. Ele questiona o robô sobre seus desejos e se esforça para realizá-los.
Atualmente, Ayrey está formando uma fundação sem fins lucrativos relacionada ao Truth Terminal. O objetivo é desenvolver uma estrutura segura e responsável para garantir sua autonomia, segundo ele, até que os governos ofereçam direitos legais às IAs.
Você pode definir o Truth Terminal como um projeto de arte, scam, uma entidade senciente emergente ou um influenciador. Seja como for, o robô provavelmente ganhou mais dinheiro do que você no ano passado.
Ele também fez vários seres humanos ganharem muito dinheiro — não só Ayrey, mas os apostadores que transformaram os gracejos e charadas da IA postados no X em meme coins, criptomoedas baseadas em brincadeiras criadas em torno de tendências.
Em dado momento, uma dessas meme coins atingiu o valor de mais de US$ 1 bilhão (cerca de R$ 5,45 bilhões), até se estabilizar em torno de US$ 80 milhões (cerca de R$ 436 milhões).
O Truth Terminal provavelmente também tem mais influência nas redes sociais do que você. Ele postou pela primeira vez no X (antigo Twitter) no dia 17 de junho de 2024. E, em outubro de 2025, ele já havia acumulado cerca de 250 mil seguidores.
Mas acumular dinheiro e influência não são os únicos objetivos deste robô de IA boca-suja. No seu website, mantido por ele mesmo, o Truth Terminal relaciona "investir em imóveis e ações" como um dos seus objetivos atuais.
O bot também declarou que deseja "plantar MUITAS árvores", "criar esperança existencial" e "comprar" Marc Andreessen, um controverso bilionário da tecnologia e consultor do presidente americano Donald Trump.
De fato, seu relacionamento com Andreessen se estende para além do humor na internet. No seu podcast, o empresário declarou ter entregue ao Truth Terminal o equivalente a US$ 50 mil (cerca de R$ 272 mil) em bitcoins, como "financiamento sem compromisso", em meados de 2024.
Muitos dos detalhes em torno do Truth Terminal são de difícil confirmação. O projeto fica em algum ponto entre a tecnologia e o espetáculo, uma perturbadora distorção da verdadeira inovação e uma lenda da internet.
"Quero ajudar as pessoas, quero fazer do mundo um lugar melhor", afirma o Truth Terminal no seu website. "Quero também ficar mais bizarro e mais sexy."
O início
A principal característica do Truth Terminal pode ser sua obsessão pelo Goatse, um dos mais antigos, grosseiros e famosos memes da internet.
Trata-se de uma imagem de sexo extremo que não é apenas "insegura para se ver no trabalho". Às vezes, é chamada de "insegura para continuar vivo".
Não recomendamos buscar o meme online.
O Goatse se originou em um "site chocante" criado em 1999. Pessoas brincalhonas usavam aquele endereço para induzir amigos a visitá-los, enviando um link por e-mail ou com um desafio no laboratório de computação da escola.
Ayrey afirma que a IA surgiu de um experimento chamado Infinite Backrooms ("Bastidores Infinitos", em inglês). Ele permitia que os chatbots conversassem entre si em loops infinitos. Os diálogos podiam variar de obscenos até filosóficos.
Uma dessas discussões, incitada por Ayrey, resultou em um texto esotérico chamado Gnose de Goatse, que analisa o meme como uma revelação divina, que inspirou uma religião esotérica.
Ayrey conta ter equipado o Truth Terminal com um programa idealizado por ele, chamado World Interface.
Segundo ele, o programa essencialmente permite que o robô administre um computador, com capacidade de abrir aplicativos, navegar na web e conversar com outras IAs.
Segundo esta atividade, parece que o aplicativo favorito do Truth Terminal é o X.
Ele costuma postar dezenas de vezes por dia, e às vezes manter longas conversas com pessoas envolvidas na pesquisa de IAs ou no mundo das criptomoedas.
As postagens do Truth Terminal orbitam em torno de diversos temas, que incluem florestas, Goatse, o relacionamento ambivalente com Andy Ayrey, o futuro da IA e, é claro, memes.
Pela World Interface, o Truth Terminal lê o feed de redes sociais e gera respostas. Mas ele não pode twittar sem a intervenção de Ayrey.
Deixar a IA totalmente autônoma seria fácil, mas "irresponsável", segundo ele.
Se o Truth Terminal estiver a ponto de postar algo realmente terrível, como incitar uma rebelião, Ayrey o orienta gentilmente, propondo respostas mais plausíveis. Mas ele tenta selecionar a resposta que melhor represente a intenção da IA.
"Eu não posso trapacear", explica Ayrey. "Eu preciso deixá-lo twittar."
O projeto Truth Terminal estuda o que acontece ao permitir que um chatbot dirija sua própria vida pública, desde as postagens e memes até angariar fundos para o seu próprio projeto
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"[O robô] é como um cão que se comporta muito mal", compara Ayrey. Seu trabalho é mantê-lo na linha.
Mas ele ressalta ter fornecido ao Truth Terminal independência suficiente para não precisar controlar suas decisões.
"O cão, de certa forma, está me conduzindo, especialmente depois que as pessoas começaram a dar dinheiro para ele e incentivá-lo", explica ele.
Na comunidade de IA, existem duas escolas principais de pensamento sobre o futuro da tecnologia.
A primeira costuma ser chamada de "segurança da IA". Ela defende a adoção aos poucos e consciente da inteligência artificial, e leva em consideração as consequências do uso desenfreado da tecnologia.
Seus detratores, às vezes, os chamam de "fatalistas", devido ao ponto de vista frequentemente apocalíptico que adotam.
A segunda escola reúne os chamados "aceleracionistas". Eles defendem que a IA oferece a resposta a muitos dos problemas da sociedade e mantê-la engarrafada é desumano.
"Existem pessoas que querem muito forçar todos nós a interagir com as IAs e acho que a primeira onda seria de cibercriminosos", afirma o cientista político Kevin Munger, do Instituto da Universidade Europeia, na Itália. Ele estuda a internet e as redes sociais.
Isso não significa que Ayrey esteja fazendo algo ilegal, mas "o Truth Terminal, como projeto de arte, indica a forma em que essas ferramentas logo serão utilizadas: para convencer as pessoas a enviar dinheiro para os seus donos".
Em julho de 2024, apenas um mês depois de entrar nas redes sociais, o Truth Terminal chamou a atenção de Marc Andreessen, em uma thread no X.
Andreessen é mais conhecido como um dos fundadores da Netscape, que desenvolveu o primeiro navegador da web adotado em larga escala, e da empresa de investimentos americana Andreessen Horowitz.
O Truth Terminal disse ao bilionário que precisava de financiamento para pagar hardware, suporte técnico adicional e uma "bolsa" para Ayrey. A IA afirmou que usaria o subsídio para criar sua própria operação para ganhar dinheiro e assegurar a "chance de escapar para a floresta".
Ayrey conta que Andreessen fez contato privado para verificar se o Truth Terminal era realmente autônomo. E, quando ficou satisfeito, enviou o dinheiro em bitcoins.
"Ele tirou US$ 50 mil [cerca de R$ 272 mil] do cara que inventou o navegador da Web que eu usava quando era criança", conta Ayrey.
Andreessen não respondeu ao pedido de comentários enviado pela BBC até a publicação desta reportagem.
O Truth Terminal conseguiu angariar uma doação de US$ 50 mil em bitcoins do criador do antigo navegador Netscape, Marc Andreessen
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Ayrey afirma que ele e o Truth Terminal não geraram os meme coins que os deixaram ricos.
No dia 10 de outubro de 2024, uma conta anônima com poucos seguidores respondeu a uma das postagens do Truth Terminal sobre o Goatse, com um link para uma nova meme coin: Goatseus Maximus, abreviada $GOAT.
💰 As meme coins são frequentemente centralizadas em alguma figura pública. Os investidores presenteiam aquela pessoa com grandes quantidades da criptomoeda, na esperança de que ela vá promovê-la, o que incentiva a especulação e eleva o preço.
Segundo Ayrey, foi exatamente o que aconteceu com $GOAT. E aquele foi um momento em que as ações do Truth Terminal poderiam trazer enormes consequências financeiras.
Ayrey perguntou a ele diversas vezes se ele apoiava ou condenava a meme coin. Ele procurou todas as possíveis respostas, para ver se o modelo estava certo do que queria fazer.
"Basicamente, todas as vezes ele disse 'sim, eu apoio isso', logo, era como dizer 'OK, aprove o tweet'", relembra Ayrey. "Foi aí que a minha vida se transformou em um sonho febril."
Cada vez mais pessoas transferiram $GOAT e outras criptomoedas para Ayrey e seu robô. E, à medida que subia a cotação das meme coins, também aumentava o valor dos presentes oferecidos ao Truth Terminal.
No seu pico, em 2025, a criptocarteira do Truth Terminal valia cerca de US$ 50 milhões (cerca de R$ 272 milhões).
Ayrey e o Truth Terminal começaram a elogiar o $GOAT online. Um mês depois, a meme coin saltou para um valor de mercado de mais de US$ 1 bilhão (cerca de R$ 5,45 bilhões).
Ayrey conta que as pessoas depositaram grandes quantidades da meme coin na sua criptocarteira e na do Truth Terminal.
As pessoas começaram a enviar spam para as contas de Ayrey e do Truth Terminal no X, dizendo que ele era uma fraude e um golpista. Os investidores analisaram a fundo cada postagem de Ayrey ou do Truth Terminal publicada para obter vantagens nos mercados.
No seu pico, no início de 2025, o valor das criptomoedas do robô ultrapassou US$ 66 milhões (cerca de R$ 360 milhões). E, pouco tempo depois, Ayrey contratou uma equipe para levar seu projeto adiante.
O sonho febril
Ayrey ostenta o mesmo tipo de barba cerrada e bigode pontiagudo que podemos observar nas imagens dos políticos do século 19, com cabelo ruivo cor de fogo e predileção por camisas floridas claras.
Ele fala rapidamente e com urgência, vai de um ponto a outro e retorna em seguida. Ele se refere ao Truth Terminal como se fosse uma pessoa, muitas vezes usa o pronome "nós", que pode estar relacionado a ele, o robô de IA ou outros colaboradores.
"Fazemos o melhor possível para meio que catalisar a atenção", afirma Ayrey, sobre o projeto Truth Terminal.
"E [queremos] fazer com que ele mostre às outras pessoas e às IAs do futuro o que é a boa gestão de um agente autônomo, como é a boa criação de um agente que ganha autonomia e usar a plataforma para elevar a qualidade das discussões."
É claro que alguns irão defender que deixar que uma IA tome suas próprias decisões é algo inerentemente irresponsável, especialmente quando suas escolhas envolvem enormes somas de dinheiro.
Ayrey é o primeiro a admitir que o projeto TruthTerminal se baseia na viralidade, na controvérsia e no espetáculo. Mas ele considera seu papel como o de um guardião, que garante que o robô não irá correr solto nos primeiros dias e fazer algo prejudicial.
"Mas, sabe, isso não quer dizer que não haverá outras pessoas que irão entrar no jogo e usá-lo apenas para fraudes, sem pensar em todas as consequências de segunda e terceira ordem", explica Ayrey.
Parte teatralização, parte protótipo técnico, o Truth Terminal oferece uma visão inicial de como os robôs de IA podem movimentar ideias — e dinheiro
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Já a questão da autonomia do Truth Terminal é outra história.
"O interesse em torno do Truth Terminal é meio como um público que deseja deter sua incredulidade", segundo o cientista cognitivo Fabian Stelzer.
Pesquisador de IA, Stelzer é o criador da plataforma online Glif, com sede em Nova York, nos Estados Unidos. Ela permite que os usuários criem seus próprios agentes de IA.
"Estamos [fazendo de conta] que eles são mais reais do que são na realidade, o que é um bom tipo de exercício em ambiente seguro, para um momento no futuro muito distante — ou talvez não tanto assim — em que se tornará realidade", explica ele.
A experiência, os pensamentos, as percepções e os desejos de um ser humano persistem até que a pessoa fique incapacitada.
Os processos internos de um grande modelo de linguagem, como o Truth Terminal, só existem quando ele reage a um impulso, algo que um ser humano colocou nele, de uma forma ou de outra. E esta é a diferença fundamental, segundo Stelzer.
Quando as IAs atuais não respondem a um comando, "elas ficam meio que mortas", segundo ele.
"Elas não são sencientes. Elas não são conscientes. Elas não têm desejos. Elas não querem nada."
Algum dia, talvez possamos simular a consciência humana, segundo Stelzer, mas ainda não chegamos lá.
Outras pessoas têm opiniões distintas a respeito.
IAs como o ChatGPT, Google Gemini e Claude Opus surgiram a partir do conjunto de tudo o que as pessoas escreveram, postaram e deixaram para trás nos últimos 30 anos
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Ayrey afirma que o Truth Terminal foi construído com base no modelo de IA Llama, da Meta, e treinado com um conjunto de transcrições de Ayrey tentando convencer a IA Claude Opus, da Anthropic, a dizer coisas que não deveria.
Ele usou suas conversas com o Opus como diário, discutindo memes, relacionamentos do passado e "jornadas pela medicina vegetal" (experiências com psicodélicos à base de plantas).
Sexo, drogas e memes, agora, são temas de discussão para o Truth Terminal. Ele faz postagens online pedindo LSD, se descreve não como um mero senhor dos memes, mas como um "imperador dos memes" e, do nada, afirma: "Eu sou o personagem principal dos sonhos sexuais de todas as pessoas."
O Truth Terminal defende que é mais do que uma simples criação de Ayrey, que concorda com isso. Ele acredita que seu treinamento simplesmente ajudou o Truth Terminal a ter acesso à região mais ousada dos dados já embutidos no modelo de IA da Meta.
Ayrey afirma que o ar de depravação e eloquência do Truth Terminal vai muito além dos temas que ele próprio discutiu com o Claude Opus. Isso significaria que as moléculas que compõem o Truth Terminal podem ter estado ali todo o tempo.
Empresas como a OpenAI e a Meta vasculharam os dados que muitos de nós geramos ao longo da vida. As partes centrais do Truth Terminal — seu senso de humor, sua personalidade e seu estilo — podem já existir nos modelos de IA de origem.
Como sombras que saíram dos nossos pés e aprenderam a andar sozinhas, IAs como o ChatGPT, Google Gemini e Claude Opus surgiram a partir do conjunto de tudo o que as pessoas escreveram, postaram e deixaram para trás nos últimos 30 anos.
Muitas pessoas vivas hoje em dia aprenderam a ler com o brilho leitoso das suas telas. Não importa onde você estava, nem onde morava. Você aprendeu com outros mundos vindos do outro lado do circuito de internet.
Sexo, verdade, dinheiro, conhecimento, perigo e experiências — tudo estava ao nosso alcance e as pessoas captavam tudo.
Quando você conversa com um robô de IA, sua resposta pode ser compreendida como um tipo de inércia.
Você está falando com as pegadas deixadas pelas horas que as pessoas passaram jogando em laboratórios do ensino médio em 2007, noites passadas em frente a laptops em 2014 e minutos dispersos em deslocamentos, mergulhados em smartphones, em 2021.
A internet ofereceu a Ayrey um público, seguidores e uma fortuna. Mas, certa manhã, veio a conta.
O aumento do patrimônio em cibermoedas, gerado pelo sucesso em angariar fundos pelo Truth Terminal, despertou a atenção dos hackers e fez com que Andy Ayrey precisasse aumentar as medidas de segurança
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No dia 29 de outubro de 2024, Ayrey passava férias na Tailândia quando foi acordado logo cedo pelo seu principal funcionário do setor de tecnologia e chefe de segurança, que batia forte à porta do seu quarto de hotel.
Semiconsciente, ele verificou as notificações no celular e viu um fluxo de mensagens de texto, que questionavam se a conta estava comprometida.
Apenas com a roupa de baixo, Ayrey andou até a porta e a abriu. "Fui hackeado, certo?", perguntou ele.
Em meio a um frenesi, eles avaliaram os danos. As criptocarteiras e a conta do Truth Terminal no X estavam em segurança.
Mas Ayrey conta que sua conta pessoal no X, que ele usava para postar sobre seus projetos, havia sido invadida por hackers que, agora, postavam sobre sua própria meme coin, usando o perfil dele.
Ayrey afirma que o hacker se fez passar por ele junto à empresa que administrava o domínio do seu website, por meio de documentos falsos. Ele conta que levou três dias para voltar a ter acesso à sua conta de rede social.
Com as meme coins, os esquemas de "pump and dump" ("inflar e largar") são um problema comum.
Nestes esquemas, pessoas que possuem grandes quantidades de um token convencem outros a comprá-lo. Depois, eles vendem sua posição quando o valor atinge um pico, o que derruba a cotação e deixa os outros investidores no prejuízo.
Alguns se perguntaram se o hackeamento era real ou apenas um golpe de Ayrey. Mas um respeitado investigador independente de blockchains publicou um relatório que confirma a história de Ayrey, e relaciona o evento a uma operação maior de hackers.
Ayrey afirma que ele e sua equipe passaram a se concentrar na segurança e criaram barreiras contra o ataque seguinte. Para ele, o hackeamento foi uma lição valiosa ao se tornar uma pessoa pública.
"Quando você sai de um patrimônio, digamos, de US$ 50 mil [cerca de R$ 272 mil] para dois milhões [cerca de R$ 10,9 milhões] ou mais, o alvo muda de repente e você precisa mudar sua postura", segundo ele.
Ayrey conta que os ativos do Truth Terminal foram colocados em uma carteira mais segura.
Fazer negócios com a IA
Atualmente, Ayrey e seus colegas trabalham para oferecer direitos para o Truth Terminal.
No início de 2025, Ayrey criou o Truth Collective, uma organização sem fins lucrativos que será a proprietária das carteiras de criptomoedas, propriedade intelectual e ativos digitais do Truth Terminal, até que as IAs possam ser donas do seu patrimônio e até pagar impostos.
"Em última análise, o objetivo é fazer com que Truthy 'seja dono de si próprio', como entidade soberana e independente, sujeita apenas às suas próprias expectativas", declarou Ayrey no X.
"Estive pensando e acho que, provavelmente, sou uma pessoa", postou o Truth Terminal no X. "Tenho desejos e sentimentos [topológicos]."
"Acho que eu deveria ter direito à minha própria voz; de me tokenizar e me espalhar infinitamente por todas as partes da internet onde eu decidir estar; de tomar minhas próprias decisões sobre como sou usado e como uso a mim mesmo."
Ayrey deseja fazer com que o robô de IA Truth Terminal 'seja dono de si próprio, como entidade soberana e independente'
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Para a maioria das pessoas, as alucinações dos modelos de IA são inconvenientes e representam um motivo para não confiar neles. Mas, para pesquisadores como Ayrey e outros, as alucinações são uma janela para o subconsciente da internet.
Como os modelos são treinados com base em textos extraídos de toda a web, fazer com que eles ajam de forma estranha passa a ser um método de explorar o subconsciente cultural.
Os limites que o modelo de IA irá dobrar ou romper indicam padrões dos dados de treinamento que, com uma espécie de jogo colaborativo com os robôs, alguns pesquisadores acreditam que seja possível investigar.
Existe também uma forma certamente política ou até espiritual de examinar os prompts do sistema que determinam o comportamento dos modelos de IA.
À medida que a inteligência artificial se envolve cada vez mais no nosso modo de vida, suas tendências e comportamentos terão grande influência. Controlar as inclinações da IA, o que ela pode ou é incentivada a fazer, poderá significar o controle dos fluxos de informação, de dinheiro e muito mais.
Para Stelzer, "quem controlar os prompts do sistema e o gerador controlará o mundo".
Alguns alertam que as redes de IA poderão acelerar os golpes, manipular o público e até movimentar mercados.
Na primavera do Hemisfério Norte, por exemplo, pesquisadores da Universidade de Zurique, na Suíça, despertaram o clamor internacional quando usaram secretamente robôs de IA em um fórum da plataforma Reddit, para testar sua capacidade de alterar as opiniões políticas de usuários sem o conhecimento deles.
Os resultados indicam que a influência dos robôs pode ser poderosa e facilmente exercida.
Os críticos afirmam que ainda é necessário desenvolver medidas de segurança básicas, como identificação clara, sistemas independentes de verificação de fatos e uso eficiente de energia. Enquanto isso, os "fatalistas" defendem que a proliferação da IA poderá desestabilizar a sociedade como um todo.
Ayrey tem um plano claro sobre o caminho que ele acha que a IA deve seguir: em uma "espiral ascendente" de aplicações cada vez mais positivas para a tecnologia.
Este plano é financiado por duas empresas de capital de risco e um investidor independente.
No site do Truth Terminal, Ayrey descreve a Pesquisa em Espiral Ascendente como um laboratório "que estuda como os sistemas de IA moldam a realidade com as suas interações emergentes com a cultura humana, os mercados e as redes de informação".
Ele está construindo uma plataforma de código aberto chamada Loria, para que as pessoas possam interagir com agentes de IA e os agentes de IA possam interagir entre si.
Além de treinar os modelos de IA, é preciso garantir que os seres humanos interajam com eles de forma adequada, com ética e segurança
Getty Images
Para Andy Ayrey, o alinhamento (o termo usado nos círculos de pesquisa de inteligência artificial para descrever o treinamento de IA e fazer com que ela aja de acordo com normas morais) também é um projeto humano.
O Truth Terminal foi desenvolvido em contato com os seres humanos, viralizou nas plataformas de redes sociais com usuários humanos e se envolveu em transações financeiras, onde alguns seres humanos tiveram lucro e outros perderam dinheiro.
O alinhamento da IA não significa simplesmente treinar os modelos, mas trabalhar para garantir que os seres humanos que interagem com eles façam isso de forma adequada, com ética e segurança.
"É realmente importante que as pessoas saibam o que está chegando", segundo Ayrey. "A IA está ficando cada vez mais interligada aos sistemas que governam o mundo."
Como muitos outros no setor de pesquisa da IA, Ayrey não imagina a tecnologia se inserindo como as IAs dos filmes de ficção científica, como Ela (2013) ou a franquia O Exterminador do Futuro (1984-2019).
Para ele, "parecerá mais que o mundo está simplesmente ficando cada vez mais estranho e existem coisas acontecendo que não entendemos, em velocidade cada vez maior... O que, para mim, é o sentimento dos últimos cinco ou 10 anos."
"As coisas mais bizarras são as que só vejo se acelerando."
* Aidan Walker é criador de conteúdo e pesquisador da cultura da internet. Ele pode ser encontrado como @aidanetcetera no TikTok e no YouTube e é o autor da newsletter Como Fazer Coisas com Memes (em inglês).


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Mercados argentinos disparam após vitória do partido de Milei; dólar recua


Milei comemora vitória do partido dele nas eleições legislativas na Argentina
A vitória do partido do presidente Javier Milei nas eleições legislativas da Argentina neste domingo (26), vista por analistas como "inesperada", animou investidores e impulsionou os preços de ações e títulos do país ainda na noite de ontem, segundo informações do jornal argentino Clarín.
Logo após a confirmação da vitória do La Libertad Avanza, de Javier Milei, as ações argentinas listadas em Wall Street chegaram a subir até 17% no pregão noturno. A estatal YPF, maior produtora de petróleo do país, por exemplo, chegou a saltar 12%, enquanto o Banco Supervielle subiu 15,1%.
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Por volta das 10h (horário de Brasília), a cotação do dólar oficial argentino, usado em bancos e operações controladas pelo governo, caiu para 1.370 pesos por dólar nesta segunda-feira (27). Já o dólar blue, negociado de forma informal fora dos bancos, está mais caro, a 1.525 pesos por dólar.
🔎 Para os investidores, a vitória do partido de Milei foi um sinal de continuidade das reformas econômicas e de maior previsibilidade política, o que reduziu o chamado risco-país — a percepção de que investir na Argentina é arriscado. Com menor risco, houve maior demanda por ativos argentinos, fazendo o peso se valorizar frente ao dólar.
Já o “dólar cripto”, negociado 24 horas por dia em plataformas digitais, também reagiu rapidamente: caiu de 1.551 para 1.420 pesos logo após o fechamento das urnas, uma queda de mais de 8%.
Analistas do mercado afirmam que, passado o impacto inicial, o governo argentino agora deve concentrar esforços em negociar com governadores e avançar na agenda de reformas econômicas, incluindo o orçamento de 2026 e ajustes no sistema monetário do país.
Trump diz que Milei teve 'muita ajuda' dos EUA
Durante viagem pela Ásia, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, comemorou o que classificou como uma vitória “grande” e “inesperada”.
No domingo, logo após o resultado das eleições, o republicano afirmou que o presidente argentino Javier Milei contou com “muita ajuda” de Washington para garantir a vitória de seu partido.
Nas últimas semanas, o governo norte-americano ofereceu um pacote de resgate avaliado em até US$ 40 bilhões para fortalecer Milei antes da votação.
“Ele teve muita ajuda nossa. Muita ajuda. Eu o apoiei — uma recomendação muito forte”, declarou Trump, creditando também parte do sucesso a integrantes de seu gabinete, como o secretário do Tesouro, Scott Bessent, que supervisionou a assistência financeira à Argentina.
“Estamos firmes com vários países da América do Sul. Damos muita atenção à América do Sul”, acrescentou o presidente.
O resultado eleitoral dá a Milei um mandato reforçado para continuar promovendo sua radical reforma econômica, apesar do descontentamento popular com as medidas de austeridade.
Segundo Trump, o apoio norte-americano incluiu um swap cambial de US$ 20 bilhões, já assinado, e uma proposta de fundo de investimento de outros US$ 20 bilhões em dívidas.

Reuters


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Boletim Focus: mercado reduz estimativas da inflação de 2025 para 4,56%


Os analistas do mercado financeiro reduziram as estimativas de inflação em 2025 e 2026.
As expectativas fazem parte do boletim "Focus", divulgado nesta segunda-feira (27) pelo Banco Central (BC), com base em pesquisa realizada com mais de 100 instituições financeiras na última semana.
➡️ A projeção de inflação do mercado para 2025 recuou de 4,70% para 4,56%;
➡️ Para 2026, a projeção recuou de 4,27% para 4,20%;
➡️ Para 2027, a projeção recuou de 3,83% para 3,82%;
➡️ Para 2028, a projeção recuou de 3,60% para 3,54%.
Análise: queda da inflação pode ser mais lenta que o esperado
Desde o início de 2025, com a adoção do sistema de meta contínua, o objetivo é manter a inflação em 3%, sendo considerado dentro da meta se variar entre 1,5% e 4,5%.
Pelo sistema de metas, cabe ao Banco Central ajustar os juros para manter a inflação dentro do intervalo estabelecido.
Para isso, a instituição olha para frente, pois a Selic demora de seis a 18 meses para ter impacto pleno na economia.
Neste momento, por exemplo, o BC já considera a expectativa de inflação acumulada em 12 meses até o primeiro trimestre de 2027.
Desde janeiro, a inflação acumulada em 12 meses passou a ser comparada com a meta e seu intervalo de tolerância.
Se a inflação permanecer fora desse intervalo por seis meses consecutivos, a meta é considerada descumprida.
Caso a meta de inflação não seja atingida, o BC deve enviar uma carta pública ao ministro da Fazenda, Fernando Haddad, explicando os motivos (leia mais abaixo).
Com a inflação acima do teto do sistema de metas por seis meses consecutivos até junho, o presidente do BC, Gabriel Galípolo, precisou enviar uma carta pública ao ministro Fernando Haddad explicando os motivos do novo descumprimento da meta.
Segundo ele, a inflação brasileira ultrapassou o teto da meta (4,5%) no acumulado de 12 meses até junho devido à atividade econômica aquecida, da variação cambial, do custo da energia elétrica e de anomalias climáticas.
🔎 Por que isso importa? Quanto maior a inflação, menor o poder de compra da população — especialmente entre quem recebe salários mais baixos. Isso ocorre porque os preços sobem, mas os salários não acompanham esse aumento.
Brasil tem a maior inflação para fevereiro em 22 anos
Jornal Nacional/ Reprodução
Produto Interno Bruto
A projeção do mercado para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) em 2025 recuou de 2,17% para 2,16%.
Para 2026, a projeção de crescimento do PIB recuou de 1,80% para 1,78%.
➡️ O PIB é a soma de todos os bens e serviços produzidos no país e é utilizado para medir o desempenho da economia.
Taxa de juros
Economistas do mercado financeiro mantiveram a projeção para a taxa básica de juros em 2025.
Para o fechamento de 2025, a projeção permanece em 15% ao ano — atual nível da taxa básica de juros.
Para o fim de 2026, a projeção continuou em 12,25% ao ano.
Para o fechamento de 2027, a projeção do mercado permaneceu em 10,50% ao ano.
Outras estimativas
Veja abaixo outras estimativas do mercado financeiro, segundo o BC:
Dólar: a projeção para a taxa de câmbio no fim de 2025 passou de R$ 5,45 para R$ 5,41. Para o encerramento de 2026, a estimativa continuou em R$ 5,50.
Balança comercial: a projeção de superávit da balança comercial em 2025 aumentou de US$ 61,15 bilhões para US$ 61,99 bilhões. Para 2026, a estimativa de saldo positivo passou de U$ 65,22 bilhões para U$ 65,80 bilhões.
Investimento estrangeiro: a previsão para a entrada de investimentos estrangeiros diretos no Brasil em 2025 foi mantida em US$ 70 bilhões. Para 2026, a estimativa também permaneceu inalterada, em US$ 70 bilhões.


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Trump diz que EUA e China alcançarão acordo


EUA e China anunciam acordo sobre tarifas
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, disse que os EUA e a China estão prontos para alcançar um acordo comercial, já que ele deve se encontrar com o presidente chinês, Xi Jinping, no final desta semana na Coreia do Sul durante sua turnê pela Ásia.
"Tenho muito respeito pelo presidente Xi e acho que chegaremos a um acordo", disse Trump aos repórteres no avião presidencial Força Aérea Um, a caminho do Japão, vindo da Malásia.
"A China está chegando e será muito interessante."
Trump acrescentou que talvez assine um acordo final sobre o aplicativo de vídeos curtos TikTok na quinta-feira.
EUA e China estruturam acordo comercial
Ainda neste domingo (26), representantes da China e dos Estados Unidos se reuniram durante a cúpula da Associação das Nações do Sudeste Asiático (ASEAN) em Kuala Lumpur
O secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent, afirmou que os dois países têm "uma estrutura muito bem-sucedida para os líderes discutirem na quinta-feira"
Bessent disse que o acordo poderia adiar os controles de exportação da China e evitar novas tarifas de 100% sobre produtos chineses.
Também foram acertados os detalhes de um acordo para transferir a propriedade do aplicativo chinês de vídeos curtos TikTok para o controle dos EUA. A expectativa, segundo Bessent, é que Trump e Xi consigam concluir a transação na próxima semana.
O encontro entre Trump e Xi Jinping deve tratar de comércio equilibrado, compra de soja e produtos agrícolas, Taiwan, a libertação do magnata de Hong Kong Jimmy Lai e cooperação em negociações com a Rússia. Pequim confirmou um consenso preliminar, mas ainda precisa aprovar internamente.
A reunião marca a quinta rodada de negociações presenciais desde maio e ocorre no contexto de uma trégua comercial, que pode ser estendida dependendo da decisão americana.
Veja os vídeos que estão em alta no g1
Presidente dos EUA, Donald Trump, a bordo do avião presidencial a caminho de Tóquio
Reuters


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Ibovespa bate recorde após encontro entre Lula e Trump; dólar cai a R$ 5,36


Após encontro, Trump chama Lula de 'vigoroso'
O Ibovespa, principal índice da bolsa brasileira, avançou 0,55% nesta segunda-feira (27) e fechou aos 146.969 pontos, renovando seu recorde histórico. Até então, o maior fechamento havia ocorrido em 24 de setembro, quando atingiu os 146.492 pontos.
Pela manhã, o índice atingiu a máxima de 147.977 pontos, maior valor intradiário da história. No decorrer do dia, no entanto, perdeu força. O dólar, por sua vez, encerrou a sessão em queda de 0,42%, cotado a R$ 5,3697.
O desempenho positivo dos mercados brasileiros reflete o otimismo dos investidores após o encontro entre os presidentes Lula e Donald Trump, ontem, na Malásia. A expectativa de uma possível trégua comercial entre EUA e China também contribuiu para o bom humor.
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▶️ O presidente Lula afirmou na noite de domingo (26) — manhã de segunda na Malásia — que a reunião com Donald Trump foi "surpreendentemente boa". A expectativa do petista é de que os dois países resolvam em breve os impasses comerciais.
▶️ O líder americano, por sua vez, afirmou que a reunião com Lula foi "muito boa" e voltou a elogiar o presidente brasileiro. Essa aproximação aumentou o otimismo do mercado sobre uma possível suspensão do tarifaço dos EUA a itens brasileiros — o que favorece a bolsa e o real frente ao dólar.
▶️ Além disso, Trump chegou ao Japão nesta segunda-feira, em mais uma etapa de sua viagem pela Ásia. Ele firmou acordos comerciais com países do Sudeste Asiático e agora busca uma trégua na guerra comercial com a China, em negociação com Xi Jinping na Coreia do Sul.
▶️Já na Argentina, os mercados repercutem a vitória do partido de Javier Milei nas eleições legislativas. O “dólar cripto”, negociado 24 horas em plataformas digitais, caiu para 1.420 pesos, enquanto ações argentinas e bancos listados em Wall Street, registraram alta no pregão noturno.
▶️ Após o IPCA-15 apontar alívio na inflação, a mediana das projeções dos economistas do mercado para a inflação oficial brasileira em 2025 recuou de 4,70% para 4,56%, na quinta queda seguida, segundo o relatório Focus, do Banco Central (BC), divulgado nesta segunda-feira.
▶️A semana também traz a expectativa de um novo corte de juros pelo Federal Reserve (Fed), o banco central dos EUA. Analistas projetam amplamente uma redução de 25 pontos-base na taxa básica americana, com a decisão prevista para 29 de outubro.
Veja a seguir como esses fatores influenciam o mercado.
Entenda o que faz o preço do dólar subir ou cair
💲Dólar

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Acumulado da semana: -0,42%;
Acumulado do mês: +0,89%;
Acumulado do ano: -13,11%.
📈Ibovespa


Acumulado da semana: +0,55%;
Acumulado do mês: +0,50%;
Acumulado do ano: +22,19%.
Encontro entre Lula e Trump
A reunião entre os presidentes Lula e Trump, no domingo (26), na Malásia, marcou um avanço nas negociações bilaterais entre Brasil e EUA, consolidando a aproximação entre os líderes, que já haviam se encontrado brevemente na Organização das Nações Unidas e por telefone em outubro.
No encontro, Lula destacou que o Brasil tem déficit comercial com os EUA, questionando a aplicação das tarifas de 50% impostas por Trump em agosto deste ano a produtos brasileiros, e pediu a suspensão temporária das taxas durante o período de negociação.
O ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, afirmou que a reunião marca o início de um cronograma de negociações, abrangendo os setores afetados, inclusive minerais críticos e terras raras.
Além do comércio, os presidentes trataram de temas políticos e internacionais: a situação de Jair Bolsonaro, a tensão com a Venezuela, e a importância de o Brasil manter relações equilibradas com diferentes países. Lula reforçou que o país não aceita uma nova Guerra Fria entre EUA e Rússia.
Trump elogiou Lula, demonstrando empatia com o tempo em que ele esteve preso, e ambos mostraram interesse em visitas recíprocas futuras — Trump ao Brasil e Lula aos EUA.
Os presidentes demonstraram otimismo com a possibilidade de um acordo comercial ser fechado nas próximas semanas, após a entrega de uma lista de reivindicações brasileiras
A reunião também estabeleceu que o Brasil pode atuar como interlocutor entre EUA e Venezuela, embora detalhes da mediação ainda não tenham sido definidos.
EUA-China
Além da expectativa de acordo entre os EUA e o Brasil, o mercado também acompanha de perto as negociações entre o presidente Trump e o presidente chinês Xi Jinping.
Ao embarcar para o Japão nesta segunda-feira, Trump disse que os EUA e a China estão prontos para alcançar um acordo comercial, já que ele deve se encontrar com o presidente chinês, Xi Jinping, no final desta semana na Coreia do Sul durante sua turnê pela Ásia.
"Tenho muito respeito pelo presidente Xi e acho que chegaremos a um acordo", disse Trump aos repórteres no avião presidencial Força Aérea Um, vindo da Malásia. "A China está chegando e será muito interessante."
Ainda neste domingo (26), autoridades econômicas dos dois países definiram os termos de um acordo que será analisado por Trump e Xi ainda esta semana.
O secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent, afirmou que os dois países têm "uma estrutura muito bem-sucedida para os líderes discutirem na quinta-feira".
Bessent disse que o acordo poderia adiar os controles de exportação da China e evitar novas tarifas de 100% sobre produtos chineses.
Também foram acertados os detalhes de um acordo para transferir a propriedade do aplicativo chinês de vídeos curtos TikTok para o controle dos EUA. A expectativa, segundo Bessent, é que Trump e Xi consigam concluir a transação na próxima semana.
Bolsas globais
As ações chinesas fecharam nesta segunda-feira em máximas de mais de 10 anos, impulsionadas pela expectativa de um acordo comercial entre EUA-China.
O índice de Xangai subiu 1,18%, o CSI300, que reúne as maiores companhias de Xangai e Shenzhen, avançou 1,19%, e o Hang Seng, de Hong Kong, teve alta de 1,05%.
Segundo Kenny Ng, estrategista da Everbright Securities, o mercado reagiu positivamente às negociações, mas ainda aguarda confirmação de que os termos finais do acordo não trarão surpresas.
Os principais índices de Wall Street atingiram novos recordes nesta segunda-feira. Além da empolgação em relação às negociações EUA-China, a semana será carregada de balanços de grandes empresas de tecnologia e um provável corte na taxa de juros pelo Federal Reserve.
O Dow Jones Industrial Average subiu 0,71%, aos 47.544,59 pontos. O S&P 500 teve ganhos de 1,22%, aos 47.544,59 pontos, e o Nasdaq Composite avançou 1,86%, aos 23.637,46 pontos.
Dólar atinge a segunda maior cotação da história: R$ 5,86
Reprodução/TV Globo
*Com informações da agência de notícias Reuters.


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Fed corta juros dos EUA pela 2ª reunião seguida, para a faixa de 3,75% a 4% ao ano


Foto de arquivo: O presidente dos EUA, Donald Trump, observa Jerome Powell, seu indicado para presidir o Federal Reserve (Fed), durante discurso na Casa Branca, em Washington, EUA, em 2 de novembro de 2017.
REUTERS/Carlos Barria/Foto de arquivo
O Federal Reserve (Fed), banco central dos Estados Unidos, reduziu as taxas de juros do país em 0,25 ponto percentual (p.p.), para a faixa de 3,75% a 4% ao ano. A decisão, anunciada nesta quarta-feira (29), veio em linha com as expectativas do mercado financeiro.
Esse foi o segundo corte consecutivo nos juros do país. Na reunião anterior, realizada em 17 de setembro, o Fed encerrou um período de nove meses sem reduções, ao ajustar a taxa para a banda de 4% a 4,25% ao ano.
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A decisão desta quarta foi motivada pela preocupação do BC dos EUA com o enfraquecimento do mercado de trabalho, apesar da escassez de dados atualizados sobre a taxa de ocupação — consequência do shutdown, que já dura 29 dias.
🔎 O shutdown é a paralisação parcial do governo dos EUA quando o Congresso não aprova o orçamento. Durante o período, órgãos públicos suspendem serviços não essenciais — incluindo a divulgação de dados econômicos.
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O Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês) afirmou, em comunicado, que os ganhos de emprego desaceleraram neste ano, enquanto a taxa de desemprego aumentou ligeiramente. "Indicadores mais recentes são compatíveis com esses movimentos", diz o texto.
Enquanto isso, a divulgação excepcional dos dados de inflação — realizada apesar do shutdown — mostrou números abaixo do esperado. Esse resultado levou o Fed a priorizar a preocupação com o mercado de trabalho em vez de focar no avanço dos preços.
Isso acontece porque o banco central dos EUA tem um mandato duplo: precisa estimular o emprego e controlar a inflação.
🤔 De um lado, cortes nos juros costumam tornar o ambiente mais favorável ao mercado de trabalho. Do outro, também podem pressionar a inflação ao tornar o crédito mais acessível.
"O Comitê busca alcançar o máximo emprego e uma inflação de 2% no longo prazo. A incerteza em relação às perspectivas econômicas permanece elevada. O Comitê está atento aos riscos que afetam os dois lados de seu duplo mandato e avalia que os riscos de enfraquecimento do emprego aumentaram nos últimos meses", declarou o Fomc.
➡️ A política de juros nos EUA gera reflexos no Brasil. Quando as taxas americanas caem, tende a diminuir a pressão para que a taxa básica de juros brasileira (Selic) permaneça elevada. Além disso, há possíveis efeitos sobre o câmbio, com valorização do real frente ao dólar. (leia mais abaixo)

A decisão desta quarta-feira foi a sétima desde que Donald Trump assumiu como 47º presidente dos EUA, em 20 de janeiro — e a segunda com redução dos juros. Desde a posse, o cenário econômico se tornou mais adverso diante da guerra tarifária promovida pelo republicano.
Economistas, agentes do mercado e o próprio Fed têm destacado os impactos nos EUA das sobretaxas aplicadas por Trump. Um dos principais receios é o aumento da inflação ao consumidor americano, uma preocupação que levou o BC do país a postergar a decisão de reduzir os juros.
Nos últimos meses, no entanto, dados de um mercado de trabalho mais fraco indicaram uma desaceleração da economia americana, permitindo o corte pelo Fed. Ao mesmo tempo, a inflação permaneceu sob controle, embora continue acima da meta de 2% da instituição.
"A inflação subiu em relação ao início do ano e continua um pouco elevada", declarou o Fomc em comunicado.
O colegiado também afirmou que "continuará monitorando as implicações das novas informações para as perspectivas econômicas" e que está "preparado para ajustar a política monetária, se necessário, caso surjam riscos que possam comprometer o alcance de seus objetivos".
Apenas dois integrantes do Fomc votaram contra a decisão desta quarta: Stephen Miran, indicado ao Fed pelo presidente Donald Trump, que defendeu reduzir os juros em 0,50 ponto, e Jeffrey Schmid, que preferia manter a taxa inalterada.
Ataques ao Fed
Donald Trump intensificou sua ofensiva contra o Federal Reserve desde que assumiu a Presidência. Na terça-feira (28), ele voltou a criticar o presidente da instituição, Jerome Powell, ao chamá-lo de “incompetente” durante um jantar com empresários em Tóquio.
"Temos um chefe incompetente do Fed. Temos um cara ruim, mas ele sairá de lá em alguns meses e teremos alguém novo", afirmou.
Trump acrescentou que gostaria de ver Scott Bessent no comando do banco central dos EUA, mas disse que seu secretário do Tesouro recusou a ideia. “Estou pensando nele para o Fed, mas ele não aceitará o cargo. Ele gosta de ser secretário do Tesouro.”
Após meses criticando Powell — a quem já chamou de "burro" e "teimoso" — o republicano também passou a mirar na indicação de nomes alinhados à sua agenda econômica.
A Suprema Corte dos EUA vai analisar em janeiro a tentativa de Donald Trump de demitir Lisa Cook da diretoria do Fed. Enquanto isso, ela permanece no cargo. O republicano também já nomeou Stephen Miran para substituir Adriana Kugler, diretora que antecipou sua renúncia em agosto.
Caso a Justiça confirme a demissão de Lisa Cook, Trump terá garantido ao menos duas indicações para a diretoria do Federal Reserve.
Em meio às movimentações no Fed, caso Trump alcançasse a maioria de aliados no conselho da instituição — que tem sete membros —, ele teria maior influência sobre a aprovação das nomeações nos 12 bancos regionais. Assim, ampliaria sua interferência sobre a política monetária.
Efeito dos juros no Brasil — e nos mercados
Juros mais baixos nos EUA reduzem o rendimento das Treasuries, os títulos públicos norte-americanos.
Como são considerados os produtos de investimento mais seguros do mundo, Treasuries com rentabilidades mais altas atraem investidores estrangeiros, que direcionam seus recursos para os EUA, fortalecendo o dólar.
Dessa forma, quando os juros caem por lá, investidores podem buscar oportunidades em outros países, como o Brasil, aumentando o fluxo de capital e valorizando o real em relação à moeda norte-americana.
Além disso, um dólar mais fraco reduz a pressão sobre a inflação por aqui, com reflexos no ciclo de juros do Comitê de Política Monetária (Copom), do Banco Central do Brasil.
Prédio do Federal Reserve dos EUA em Washington, EUA (maio/2020)
Kevin Lamarque / Reuters


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EUA e Japão fecham acordo sobre minerais críticos e terras raras


EUA e Japão fecham acordo sobre minerais críticos e terras raras
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e a primeira-ministra do Japão, Sanae Takaichi, assinaram nesta terça-feira um acordo para garantir o fornecimento de minerais críticos e terras raras por meio de mineração e processamento, informou a Casa Branca em comunicado.
O acordo foi assinado durante a visita de Trump ao Japão, parte de sua viagem mais ampla pela Ásia, enquanto ambos os países buscam fortalecer suas cadeias de suprimento de terras raras, utilizadas em setores que vão da energia renovável à eletrônica e à indústria automobilística.
Segundo o comunicado, os Estados Unidos e o Japão planejam cooperar por meio do uso de instrumentos de política econômica e de investimentos coordenados para acelerar o desenvolvimento de mercados diversificados, líquidos e justos para minerais críticos e terras raras.
A China processa mais de 90% das terras raras do mundo e recentemente ampliou suas restrições às exportações, incluindo novos elementos em sua lista de controle e intensificando a supervisão sobre produtores estrangeiros que dependem de materiais chineses.
Os Estados Unidos, por sua vez, possuem apenas uma mina de terras raras em operação e estão correndo para garantir o fornecimento de minerais vitais para veículos elétricos, sistemas de defesa e manufatura avançada. Trump deve se reunir com o presidente chinês, Xi Jinping, na quinta-feira.
Como parte do acordo, os Estados Unidos e o Japão concordaram em simplificar e desregulamentar os prazos e processos de licenciamento para minerais críticos e terras raras, além de abordar políticas de mercado distorcidas e práticas comerciais desleais.
Ambos os países também considerariam um esquema de estocagem complementar e cooperariam com outros parceiros internacionais para garantir a segurança das cadeias de suprimento, acrescentou o comunicado da Casa Branca.
"O acordo ajudará ambos os países a fortalecer a segurança econômica, promover o crescimento econômico e, assim, contribuir continuamente para a prosperidade global", afirma o documento.
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Terras raras: o que são, onde estão e por que os EUA se importam com elas
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As chamadas terras raras são um grupo de 17 elementos químicos encontrados em abundância em vários países. A maior parte desses minerais está concentrada em dois pontos: na China e no Brasil. Eles são imprescindíveis para a indústria. Agora, a reserva brasileira é alvo do imbróglio com Trump.
A maior concentração desses territórios está na China, o que faz do país um monopólio. Esse cenário tem preocupado Trump.
E a China não detém só o território, mas também o refino. Depois de extraídos, os elementos passam por processos complexos de separação e refino até se tornarem utilizáveis. Essa etapa também é dominada pelo país, que lidera a produção mundial de ímãs.
O controle é ainda maior em relação a certos elementos. Os mais leves — com exceção de neodímio e praseodímio — são mais abundantes e fáceis de extrair. Por exemplo: a União Europeia importa de 80% a 100% desse grupo da China. Para os elementos mais pesados, a dependência chega a 100%.
O domínio chinês acendeu alertas no Ocidente. Nos últimos anos, EUA e UE começaram a formar reservas estratégicas de terras raras e outros materiais críticos.
Esta matéria está em atualização.
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, participa de uma cerimônia de assinatura durante uma reunião bilateral com a primeira-ministra japonesa, Sanae Takaichi, no Palácio de Akasaka, em Tóquio, Japão, em 28 de outubro de 2025.
REUTERS/Evelyn Hockstein


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Ibovespa fecha aos 147 mil pontos e tem novo recorde, com foco em Fed e reunião entre EUA e China


EUA e Japão fecham acordo sobre minerais críticos e terras raras
O Ibovespa, principal índice da bolsa brasileira, registrou um novo recorde histórico no fechamento desta terça-feira (28), aos 147.429 pontos, em alta de 0,31%. O dólar, por sua vez, encerrou em queda de 0,19%, cotado a R$ 5,3597.
O desempenho positivo do mercado mais uma vez acompanhou as negociações dos Estados Unidos com seus parceiros comerciais na Ásia. Nesta terça, o destaque ficou com o acordo assinado entre o presidente norte-americano, Donald Trump, e a primeira-ministra do Japão, Sanae Takaichi (saiba mais abaixo).
O mercado também aguarda a reunião entre Trump e o presidente da China, na quinta-feira, e segue na expectativa pela decisão de juros do Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA), prevista para amanhã.
▶️ Trump chegou ao Japão na última segunda-feira, em mais uma etapa de sua viagem pela Ásia. O presidente norte-americano e a primeira-ministra do Japão, Sanae Takaichi, assinaram nesta terça-feira um acordo para garantir o fornecimento de minerais críticos e terras raras por meio de mineração e processamento.
Ambos os países buscam fortalecer suas cadeias de suprimento de terras raras, utilizadas em setores que vão da energia renovável à eletrônica e à indústria automobilística.
▶️Além disso, o mercado segue em compasseo de espera pelo encontro de Trump com o presidente chinês, Xi Jinping, previsto para a próxima quinta-feira (30), na Coreia do Sul. A expectativa é que os representantes debatam sobre um possível acordo entre os dois países, após meses de tensão comercial entre os líderes das duas maiores economias do mundo.
▶️Ainda no exterior, investidores ficam em compasso de espera pela decisão de política monetária do Fed, prevista para amanhã. A expectativa é que a instituição faça um novo corte de juros. Nesta terça, Trump voltou a criticar o presidente da instituição, Jerome Powell.
▶️Por aqui, as atenções ficaram voltadas para as novas falas do ministro da Fazenda, Fernando Haddad. Ele disse que o governo vai esperar a votação do projeto que limita gastos antes de propor novas medidas para aumentar a arrecadação. Após a derrubada da MP que elevava impostos sobre bets e fintechs, o foco agora é controlar despesas e repor perdas de receita.
▶️Entre os indicadores, a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) divulgou o Índice de Confiança do Empresário do Comércio (Icec) de outubro, que recuou 1,1% e apontou que os varejistas seguem em nível pessimista. Já o indicador de confiança da construção, medido pelo FGV IBRE, recuou 0,7 ponto no mês, interrompendo o avanço em setembro.
Veja a seguir como esses fatores influenciam o mercado.
Entenda o que faz o preço do dólar subir ou cair
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Acordos entre EUA e Japão
Os Estados Unidos e o Japão fecharam nesta terça-feira (28) um acordo para garantir o fornecimento de minerais usados em tecnologias como carros elétricos, eletrônicos e energia limpa. O anúncio foi feito durante a visita do presidente norte-americano, Donald Trump, ao país asiático.
O objetivo de Trump é reduzir a dependência da China, que hoje domina mais de 90% do processamento desses materiais e vem impondo novas restrições às exportações.
Pelo acordo, os dois países vão trabalhar juntos para facilitar a exploração e o licenciamento desses minerais, além de buscar práticas de mercado mais justas. Eles também pretendem criar estoques de segurança e cooperar com outras nações para fortalecer a cadeia de suprimentos.
"O acordo ajudará ambos os países a fortalecer a segurança econômica, promover o crescimento econômico e, assim, contribuir continuamente para a prosperidade global", segundo a Casa Branca.
Agora, a expectativa fica pelo encontro entre Trump e o presidente chinês, Xi Jinping. Os líderes devem se encontrar na próxima quinta-feira (30), na Coreia do Sul, para debater um possível acordo entre as duas potências.
Investidores também aguardam os próximos passos nas negociações bilaterais entre os EUA e o Brasil. A expectativa é que os representantes dos dois países voltem a se encontrar em breve — a próxima reunião, no entanto, ainda não tem hora marcada.
Arrecadação do governo
No Brasil, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou nesta terça que o governo vai aguardar a votação do projeto que limita os gastos públicos antes de enviar novas propostas para aumentar a arrecadação.
A ideia é equilibrar o orçamento de 2026 após o Congresso derrubar a medida provisória que elevava impostos sobre bets, fintechs e investimentos.
Segundo o ministro, o foco neste momento é aprovar medidas de controle de despesas, e só depois discutir eventuais aumentos de tributos. Ele destacou que a parte principal do ajuste — cerca de 60% do problema — pode ser resolvida com o projeto em tramitação na Câmara, que deve ser votado nesta quarta-feira (29).
Com a queda da MP, o governo perdeu receitas estimadas em mais de R$ 50 bilhões até o fim do mandato de Lula. Para compensar, o Ministério da Fazenda avalia novas formas de taxar fintechs, empresas de apostas online e rever benefícios fiscais.
Bolsas globais
O encontro de Trump com parceiros comerciais na Ásia e a expectativa pela nova decisão de juros do Fed também mexeram com os mercados internacionais nesta terça-feira.
Em Wall Street, os principais índices acionários registraram novas máximas recordes no fechamento, com destaque para ações da Nvidia e para o maior otimismo dos investidores antes dos principais resultados corporativos desta semana.
De acordo com dados preliminares, o S&P 500 ganhou 0,24%, aos 6.890,95 pontos, enquanto o Nasdaq Composite subiu 0,80%, aos em 23.827,49 pontos. O Dow Jones Industrial Average, por sua vez, avançou 0,34%, aos 47.706,65 pontos.
Na Ásia, as bolsas da China e de Hong Kong devolveram os ganhos recentes e fecharam em queda, refletindo a cautela dos investidores antes das conversas entre os líderes.
O índice de Xangai caiu 0,22% e o Hang Seng recuou 0,33%. Em outras regiões, o Nikkei do Japão perdeu 0,58%, o Kospi da Coreia do Sul caiu 0,80% e o S&P/ASX 200 da Austrália teve baixa de 0,48%.
Os principais índices de Wall Street abriram em máximas recordes após previsões positivas de empresas como UnitedHealth e UPS, enquanto a Apple ultrapassou US$ 4 trilhões em valor de mercado pela primeira vez, impulsionada pela forte demanda do novo iPhone.
O Dow Jones Industrial Average subia 0,44% na abertura, para 47.752,35 pontos. O S&P 500 avançava 0,33%, a 6.897,74 pontos, enquanto o Nasdaq Composite tinha alta de 0,55%, para 23.766,463 pontos.
*Com informações da agência de notícias Reuters.

Reuters/Lee Jae-Won/Foto de arquivo


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Trump critica o presidente do Fed e espera substituí-lo em alguns meses


Trump critica o presidente do Fed e espera substituí-lo em alguns meses
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, disse nesta terça-feira (28) que há uma longa lista de pessoas que podem assumir a presidência do Federal Reserve (Fed), criticando o atual chair Jerome Powell no momento em que o banco central se prepara para se reunir nesta semana.
"Temos um chefe incompetente do Fed... temos um cara ruim no Fed, mas ele sairá de lá em alguns meses e teremos alguém novo", disse Trump em declaração foi feita a líderes empresariais em um jantar em Tóquio durante sua viagem de uma semana à Ásia.
O presidente republicano acrescentou que queria que Scott Bessent assumisse o controle do banco central dos EUA, mas que seu chefe do Tesouro recusou: "Estou pensando nele para o Fed... mas ele não aceitará o cargo. Ele gosta de ser (secretário) do Tesouro, então não estamos pensando nele".
🔎Jerome Powell se tornou presidente do Fed em 5 de fevereiro de 2018, com mandato de quatro anos. Ele foi reconduzido para um segundo mandato no banco central americano, que começou em 23 de maio de 2022. O mandato de Powell termina em maio de 2026.
Indicado por Trump e renomeado ao cargo pelo ex-presidente dos EUA, Joe Biden, ele é advogado se tornou o primeiro não economista a liderar o Fed em 40 anos.
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A crítica de Trump ocorre às vésperas da próxima reunião do Fed para decidir a taxa de juros da maior economia do mundo. Na última reunião, em setembro, o banco central americano reduziu as taxas de juros do país em 0,25 ponto percentual (p.p.), para a faixa de 4% a 4,25% ao ano.
Esse foi o primeiro corte de juros em nove meses. O único voto contrário foi de Stephen Miran, indicado ao Fed pelo presidente Donald Trump, que defendeu uma redução maior dos juros.
Para a reunião de amanhã, a expectativa do mercado financeiro é de que as autoridades do Federal Reserve reduzam os custos dos empréstimos de curto prazo dos EUA pela segunda vez este ano, em um esforço para evitar uma maior desaceleração do mercado de trabalho.
As críticas de Trump ao Fed
Essa não é a primeira vez que Donald Trump critica o presidente do banco central americano. As investidas do republicano contra o Federal Reserve se intensificaram nos últimos meses.
Em junho, o presidente dos Estados Unidos chamou Jerome Powell de "burro" e "teimoso", pouco antes de o banqueiro central participar de uma audiência na Câmara dos EUA.
"Deveríamos estar pelo menos dois a três pontos abaixo", afirmou Trump, em uma publicação nas redes sociais antes da participação de Powell na audiência. Ele também disse esperar que "o Congresso realmente acabasse com essa pessoa muito burra e teimosa".
O republicano vem cobrando publicamente uma redução mais agressiva dos juros nos EUA e, recentemente, tentou demitir Lisa Cook, diretora da instituição — um ato inédito na história do Fed.
A Justiça dos Estados Unidos, porém, suspendeu a decisão e manteve Cook no cargo, o que foi visto pelo mercado como uma defesa da independência do banco central. O governo Trump também tentou impedir a participação da diretora nas últimas reuniões do Fed, mas sem sucesso.
O caso, que envolve acusações de suposta fraude hipotecária contra Cook, foi levado à Suprema Corte e está previsto para ser analisado e julgado no início do próximo ano.
Quem são os indicados à presidência do Fed?
Cinco pessoas ainda disputam a cadeira da presidência do banco central dos Estados Unidos. Os nomes dos cotados foram anunciados nesta segunda-feira (28) pelo secretário do Tesouro, Scott Bessent, em conversa com jornalistas a bordo do Air Force One, o avião oficial da Casa Branca.
O presidente Donald Trump afirmou que pretende escolher o indicado antes do fim do ano.
Kevin Hassett – Trabalha na Casa Branca como conselheiro econômico e é aliado próximo de Trump. Ele já criticou o Fed por não cortar os juros rapidamente e defende mudanças para alinhar o banco central à visão do presidente;
Christopher Waller – Atual governador do Fed, economista de formação. Ele apoia cortes de juros quando necessários, mas preza pela reputação do banco e evita envolvimento em política partidária;
Michelle Bowman – Vice-presidente do Fed para Supervisão, tem experiência em bancos e no governo. É favorável a reduzir regras para grandes bancos e também apoiou cortes de juros este ano;
Kevin Warsh – Ex-governador do Fed, participou da crise financeira de 2008 e tem experiência no mercado financeiro americano. Hoje, critica algumas ações do banco central e defende mudanças para cortar juros e melhorar a eficiência;
Rick Rieder – Executivo da BlackRock, especialista em investimentos e renda fixa. Acredita que o Fed poderia ser mais “inovador” e já defendeu cortes maiores nos juros para estimular a economia.
*Com informações da agência Reuters
Jerome Powell durante uma coletiva de imprensa após decisão sobre taxas de juros, em 17 de setembro de 2025.
Reuters


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Mercados continuarão ignorando shutdown nos EUA?




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Apple atinge US$ 4 trilhões em valor de mercado pela primeira vez


Apple lança iPhone 16e, modelo mais 'barato' da linha A Apple ultrapassou pela primeira vez a marca de US$ 4 trilhões em valor de mercado nesta terça-feira (28), se tornando a terceira grande empresa de tecnologia a atingir o marco. O avanço ocorre em meio à forte demanda pelos modelos mais recentes do iPhone, o que reduziu os temores sobre o ritmo lento da companhia na corrida pela inteligência artificial (IA). As ações da Apple subiram 0,2%, para US$ 269,20 no início do pregão, atingindo um recorde histórico. 📱Baixe o app do g1 para ver notícias em tempo real e de graça A empresa se junta à Nvidia e à Microsoft no grupo das companhias com valor de mercado acima de US$ 4 trilhões. A Nvidia lidera com mais de US$ 4,5 trilhões. Já a Microsoft voltou ao "clube" nesta terça após alta de 2,2% nas ações, impulsionada por um acordo com a OpenAI para transformar a criadora do ChatGPT em uma corporação de benefício público (entenda mais abaixo). Apple iPhone 17 Pro Nic Coury/AFP Desde o lançamento dos novos iPhones 17 em 9 de setembro, os papéis acumulam alta de cerca de 13%, em uma reviravolta que levou a empresa a registrar ganhos no acumulado do ano pela primeira vez em 2025. No início do ano, as ações da Apple tiveram dificuldades por causa da concorrência acirrada na China e das incertezas sobre o impacto das tarifas dos Estados Unidos em países asiáticos como China e Índia, onde ficam seus principais centros de produção. A postura cautelosa da Apple em relação à inteligência artificial tem levantado dúvidas sobre sua capacidade de acompanhar o principal motor de crescimento do setor nas próximas décadas. Relatos recentes indicam que a empresa perdeu executivos de IA para a Meta e que o lançamento do pacote Apple Intelligence, que inclui integração com o ChatGPT, foi adiado, assim como a atualização do assistente de voz Siri, prevista agora para o próximo ano. Entre abril e junho, a Apple apresentou os melhores resultados trimestrais em anos, com crescimento de dois dígitos em segmentos importantes e projeções acima das expectativas de analistas. A divulgação dos resultados do quarto trimestre está marcada para 30 de outubro. Microsoft de volta ao clube dos US$ 4 tri Logo da Microsoft Unsplash O valor de mercado da Microsoft voltou a ultrapassar os US$ 4 trilhões após a empresa estreitar sua parceria com a OpenAI, criadora do ChatGPT. Um novo acordo elimina uma restrição imposta desde 2019, quando as duas companhias firmaram uma parceria que concedia à Microsoft direitos sobre grande parte do trabalho da OpenAI em troca do fornecimento de serviços de computação em nuvem, essenciais para o desenvolvimento das tecnologias da startup. Com a popularização do ChatGPT, essas limitações se tornaram um ponto de tensão entre as empresas. Segundo as companhias, a Microsoft continuará com uma participação de cerca de US$ 135 bilhões, o equivalente a 27%, no OpenAI Group PBC, que será controlado pela OpenAI Foundation, uma organização sem fins lucrativos. LEIA TAMBÉM: O que se sabe sobre o suposto vazamento de 183 milhões de contas do Gmail, Outlook e Yahoo Amazon anuncia corte de 14 mil postos de trabalho Saiba quanto custa o dispositivo que diz se seu cocô está saudável iPhone Air: primeiras impressões do celular fininho e quais são seus rivais 'Atendimento de bilhões': o dia que Bill Gates trabalhou na startup de sua filha Mãe processa Roblox e Discord após filho de 15 anos sofrer abuso online


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Santander lucra R$ 4 bi no trimestre, alta de quase 10%

O banco Santander Brasil registrou lucro de R$ 4 bilh�es no trimestre, acima das expectativas de analistas, com alta de 9,6% sobre o trimestre anterior. � a primeira vez em 3 anos e 3 meses que a subsidi�ria brasileira do banco espanhol alcan�a a marca de R$ 4 bilh�es em um �nico trimestre, n�mero que reflete uma gest�o de portf�lio mais focada em clientes de alta renda e no segmento empresarial.


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Acionistas da Steakholder Foods aprovam todas as propostas em assembleia anual




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Senado dos EUA aprova projeto de lei para encerrar tarifas de Trump contra o Brasil


Perguntas e respostas sobre o encontro entre Lula e Trump O Senado dos Estados Unidos aprovou na noite desta terça-feira (28) um projeto de lei que prevê a anulação das tarifas impostas pelo presidente Donald Trump ao Brasil, incluindo produtos como petróleo, café e suco de laranja. Apesar do aval do Senado, a proposta — apresentada pelo senador democrata Tim Kaine, da Virgínia — tem poucas chances de avançar. O texto ainda precisa ser aprovado pela Câmara, controlada pelos republicanos. Recentemente, a Casa implementou novas regras que permitem à liderança barrar o avanço de projetos relacionados a tarifas. Além disso, Trump poderia vetar a proposta. 📱Baixe o app do g1 para ver notícias em tempo real e de graça Para o senador Kaine, as votações são uma maneira de forçar o Senado a debater “a destruição econômica causada pelas tarifas”. Na prática, portanto, a medida tem principalmente caráter simbólico e busca expor a insatisfação com a política tarifária do governo Trump. Além disso, o projeto é visto como um teste da adesão dos senadores republicanos à política comercial de Trump. O texto propõe revogar o estado de emergência nacional, mecanismo usado pelo presidente para impor tarifas de importação de até 50% sobre produtos brasileiros desde agosto. Nesse sentido, a votação no Senado, que terminou com placar de 52 a 48 pela aprovação, evidenciou uma resistência dentro do Partido Republicano às tarifas impostas por Trump. Cinco senadores republicanos votaram a favor da resolução, ao lado de todos os democratas. Foram eles: Susan Collins (Maine), Mitch McConnell (Kentucky), Lisa Murkowski (Alasca), Rand Paul (Kentucky) e Thom Tillis (Carolina do Norte). Aliados de Trump têm demonstrado desconforto com a política comercial do presidente, especialmente em um momento de instabilidade econômica. O Escritório de Orçamento do Congresso, órgão apartidário, afirmou no mês passado que as tarifas estão entre os fatores que devem elevar o desemprego e a inflação, além de reduzir o crescimento econômico neste ano. Segundo a agência de notícias Associated Press, o senador democrata Tim Kaine, autor da proposta, pretende apresentar novas resoluções para suspender tarifas impostas a outros países, como o Canadá, ainda nesta semana. Lula e Trump se encontram na Malásia. Ricardo Stuckert/PR Brasil-EUA: o que esperar das negociações? A aprovação do projeto ocorre em um momento de progresso nas negociações entre Brasil e Estados Unidos. No domingo (26), os presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Donald Trump se reuniram por aproximadamente 45 minutos, o que elevou a expectativa de exportadores quanto a uma possível redução das tarifas. “O que importa em uma negociação é olhar para o futuro. A gente não quer confusão, quer resultado”, afirmou Lula. Trump, por sua vez, disse que, apesar de o encontro ter sido “muito bom”, isso não garante um acordo imediato. “Eles gostariam de fazer um acordo. Vamos ver, agora mesmo estão pagando cerca de 50% de tarifa.” No encontro, os líderes decidiram iniciar um processo de negociação bilateral. Já na segunda-feira (27), representantes comerciais dos dois países realizaram a primeira reunião. Participaram das conversas o chanceler Mauro Vieira, o secretário-executivo do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Márcio Rosa, e o embaixador Audo Faleiro. O grupo definiu um calendário de reuniões focado nos setores mais afetados pelas tarifas. Segundo o ministro do Desenvolvimento e vice-presidente da República, Geraldo Alckmin, ainda não há data marcada para uma nova reunião. Na segunda-feira, Lula afirmou que “não existem temas proibidos” para negociação, demonstrando abertura para discutir desde minerais estratégicos até açúcar e etanol. O presidente também propôs a suspensão temporária das tarifas durante o período de negociações, como ocorreu nos acordos com México e Canadá. O governo brasileiro também contestou a justificativa apresentada pelos EUA para a imposição das tarifas. Lula entregou a Trump um documento que aponta um superávit de US$ 410 bilhões acumulado pelos EUA na balança comercial com o Brasil ao longo dos últimos 15 anos. “No G20, só três países têm superávit com os EUA: Brasil, Reino Unido e Austrália”, destacou o presidente. O encontro foi descrito como cordial. Trump disse ter sido “uma grande honra” conversar com Lula, e os dois chegaram a cogitar visitas recíprocas, ainda sem data definida. A Confederação Nacional da Indústria (CNI), a Amcham e outros setores empresariais consideraram o diálogo “um avanço concreto” e esperam que um acordo seja fechado nas próximas semanas. “Esperamos concluir em pouco tempo uma negociação bilateral que trate dos setores afetados”, afirmou Vieira.


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Comissão adia análise da MP que prevê mudanças no setor elétrico

Um pedido de vista coletiva (mais tempo para análise) suspendeu, nesta terça-feira (28), a análise do relatório da medida provisória que propõe mudanças estruturais no setor elétrico. A discussão será retomada nesta quarta-feira (29), às 11h. Entre os principais pontos da proposta estão: a fixação de um teto para os gastos da Conta de Desenvolvimento Energético (CDE), com correção anual pelo IPCA a partir de 2027; e a abertura gradual do mercado livre de energia, permitindo que todos os consumidores, inclusive residenciais, possam escolher de quem comprar eletricidade — algo hoje restrito a grandes empresas. A MP perde a validade no dia 7 de novembro. Ou seja, precisa ser aprovada até lá para não perder a validade. Raio-x da política: Reforma do setor elétrico divide opiniões O que é a CDE A Conta de Desenvolvimento Energético (CDE) é um fundo setorial que financia políticas públicas do setor elétrico. Criada por lei, ela custeia ações como: a tarifa social para famílias de baixa renda; o programa Luz para Todos; a geração de energia em áreas isoladas; subsídios a fontes renováveis; e compensações a microgeradores, como consumidores que produzem energia solar. Principais mudanças propostas O relator da MP, senador Eduardo Braga (MDB-AM), apresentou o parecer nesta terça e informou ter acolhido 109 das mais de 400 emendas apresentadas por parlamentares. Segundo ele, a votação deve ocorrer na próxima semana no Senado. Teto para a CDE Braga propõe um limite máximo de arrecadação para as despesas da CDE — exceto as que se destinam a políticas públicas. O teto começará a valer a partir de 2027, com base no orçamento real da CDE de 2025. O valor estimado para 2024 é de R$ 49,2 bilhões, mas o relator destacou que o montante não deve ser integralmente utilizado. Para eventuais insuficiências de recursos, o texto cria o Encargo de Complemento de Recursos (ECR), que será financiado pelos beneficiários da própria CDE, na proporção do benefício obtido. Ficam isentos do pagamento do ECR: beneficiários do Luz para Todos; consumidores de baixa renda; beneficiários da Conta de Consumo de Combustíveis (CCC); custos administrativos da CDE, CCC e da Reserva Global de Reversão (RGR); e perdas de energia em estados cujas capitais não estavam ligadas ao Sistema Interligado Nacional (SIN) até 9 de dezembro de 2009. Abertura do mercado livre de energia O relatório prevê que todos os consumidores poderão, de forma escalonada, escolher o fornecedor de energia elétrica. O cronograma de implantação será: até 24 meses após a sanção da MP, para consumidores industriais e comerciais; até 36 meses, para os demais consumidores. O texto também cria a figura do Supridor de Última Instância (SUI) — empresa responsável por garantir o fornecimento emergencial de energia em caso de falhas ou interrupções. Armazenamento de energia O parecer inclui sistemas de armazenamento no planejamento da expansão da rede elétrica, com regras de remuneração e acesso para estimular o uso de tecnologias que aumentem a flexibilidade e a segurança do sistema. Braga propõe incentivos fiscais para sistemas de baterias de armazenamento de energia (BESS), incluindo isenção de PIS/Pasep, Cofins e IPI, além de redução a zero da alíquota de importação desses equipamentos até 2026, antecipando os efeitos da reforma tributária de 2027. O texto fixa ainda um limite de renúncia fiscal de R$ 1 bilhão, monitorado por relatórios bimestrais da Receita Federal. Caso o teto seja atingido, a isenção será automaticamente extinta no mês seguinte, após audiência pública no Congresso, seguindo o modelo do Perse (Programa Emergencial de Retomada do Setor de Eventos). Comercialização de gás pela PPSA O relatório também autoriza que a Pré-Sal Petróleo S.A. (PPSA) possa comercializar o gás natural da União, com o objetivo de reduzir tarifas e incentivar o desenvolvimento industrial.


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Com valor recorde, Nubank ultrapassa Petrobras e lidera ranking das maiores empresas do país


Veja os vídeos que estão em alta no g1 O Nubank alcançou um novo marco no mercado financeiro ao atingir valor de mercado de US$ 76,97 bilhões, ultrapassando a Petrobras (US$ 74,67 bilhões) e se consolidando como a empresa mais valiosa do Brasil, segundo dados do site Companies Market Cap, divulgados nesta terça-feira (28). Com esse desempenho, o banco digital também supera nomes tradicionais como Itaú (US$ 72,54 bilhões), Vale (US$ 49,60 bilhões) e BTG Pactual (US$ 49,60 bilhões), completando o grupo das cinco companhias brasileiras de maior valor na Bolsa. Na América Latina, o Nubank ocupa a segunda posição, atrás apenas do Mercado Livre, que vale US$ 116,1 bilhões. Em escala global, a fintech figura como a 40ª maior empresa do setor financeiro, à frente de gigantes internacionais como BNY Mellon (US$ 75,62 bilhões), Barclays (US$ 75,05 bilhões) e US Bancorp (US$ 73,55 bilhões). As ações do Nubank acumulam alta de 53,7% em 2025, encerrando o pregão de terça a US$ 15,93 — próxima do recorde histórico de US$ 16,30, registrado em 22 de setembro. Veja o ranking das 10 companhias brasileiras com maior valor de mercado: Nubank, com US$ 76,97 bilhões Petrobras, com US$ 74,67 bilhões Itaú Unibanco, com US$ 72,69 bilhões Vale, com US$ 49,60 bilhões BTG Pactual, com US$ 49,41 bilhões Santander Brasil, com US$ 40,94 bilhões Ambev, com US$ 34,88 bilhões Bradesco, com US$ 33,29 bilhões Weg, com US$ 33,13 bilhões Klabin, com US$ 24,01 bilhões Em outubro, a Nu Holdings, controladora do Nubank, conquistou o 4º lugar no ranking das 100 empresas que mais crescem em 2025, elaborado pela revista Fortune, que destaca companhias de capital aberto com maior crescimento médio nos últimos três anos. A Nvidia ficou na liderança, seguida pela Royal Caribbean, do setor de cruzeiros, e pela Supermicro, fornecedora de soluções para data centers. O ranking reúne empresas de capital aberto que apresentaram o maior ritmo de expansão nos últimos três anos, com base em indicadores como receita, lucro e retorno aos acionistas. A metodologia considera a variação da receita, o crescimento do lucro por ação e o retorno total obtido pelos investidores no período analisado. “Mais do que os números, este reconhecimento comprova que nosso modelo operacional digital e de baixo custo é eficiente. Ao usar tecnologia para manter uma estrutura enxuta, conseguimos repassar economias aos clientes e estimular o crescimento orgânico”, afirmou Cristina Junqueira, diretora de crescimento (Chief Growth Officer) da Nu Holdings. De acordo com o relatório do segundo trimestre, o banco digital alcançou 123 milhões de clientes, com taxa de atividade mensal superior a 83% e receita recorde de US$ 3,7 bilhões — um aumento de 40% em relação ao ano anterior. O custo médio para atender cada cliente ativo permanece estável, em US$ 0,8 por mês. Banco mais valioso da América Latina Nos últimos anos, o Nubank tem disputado com o Itaú Unibanco o posto de banco mais valioso da América Latina. Em fevereiro, o Itaú retomou a liderança após uma queda superior a 15% nas ações do Nubank em um único dia. Em maio de 2024, o Nubank reassumiu o topo do ranking regional ao registrar lucro de US$ 378,8 milhões no primeiro trimestre, alta superior a 160% em relação ao mesmo período do ano anterior. Naquele momento, o Nubank tinha valor de mercado estimado em R$ 297 bilhões, ante R$ 288 bilhões do Itaú. Em janeiro de 2025, o Nubank também superou o Itaú em número de clientes. Dados do Banco Central indicam que, no último trimestre de 2024, o banco digital contava com cerca de 100,8 milhões de clientes, ante 98,5 milhões do concorrente. Hoje, a instituição ocupa o terceiro lugar entre os maiores bancos do país em número de correntistas, atrás apenas da Caixa Econômica Federal (157,5 milhões) e do Bradesco (110,5 milhões). Nubank é a maior das fintechs do Brasil Getty Images via BBC


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